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Publicada em 14 de Novembro de 2025 às 19:02

Macrorregião Metropolitana concentra 42% dos empregos formais do RS

Cidade mais populosa do RS, capital Porto Alegre também tem o maior estoque de empregos: são 790 mil vagas formais na cidade

Cidade mais populosa do RS, capital Porto Alegre também tem o maior estoque de empregos: são 790 mil vagas formais na cidade

TÂNIA MEINERZ/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
As Regiões Metropolitana, Vale do Sinos e Litoral Norte somadas concentram um grande percentual dos postos de trabalho formais do Rio Grande do Sul: 42,43% de todas as vagas de emprego do Estado registradas em abril de 2025. Não à toa, a variação de empregos Macrorregião Metropolitana, ao comparar com o mesmo mês do ano passado, se aproxima do percentual gaúcho. 
As Regiões Metropolitana, Vale do Sinos e Litoral Norte somadas concentram um grande percentual dos postos de trabalho formais do Rio Grande do Sul: 42,43% de todas as vagas de emprego do Estado registradas em abril de 2025. Não à toa, a variação de empregos Macrorregião Metropolitana, ao comparar com o mesmo mês do ano passado, se aproxima do percentual gaúcho. 
Enquanto o Rio Grande do Sul ampliou em 2,45% o número de empregos, essa porção do Estado registrou um salto de 2,87%. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Departamento de Economia e Estatística do Estado (DEE-RS).
No caso da Região Metropolitana, onde está a Capital, Porto Alegre, foram registrados 790.636 postos de trabalho formais. O número elevado e concentrado de vagas nesse Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico (Corede) também se refletiu em um acentuado aumento na geração de emprego: entre abril de 2024 e abril de 2025, o crescimento foi de 3,25%. 
Entre os principais destaques regionais está justamente a capital gaúcha, que gerou 17.081 novas vagas formais, um crescimento de 2,98%. O acréscimo está concentrado principalmente no setor de serviços, onde estão cerca de 13 mil das novas vagas de trabalho. A indústria, por sua vez, criou em torno de mil empregos, volume semelhante ao de comércio, que é de 1,5 mil. Cachoeirinha também cresceu, com 2.549 vagas. Lá, os destaques estão nos serviços e na indústria. 
De uma maneira geral, a região gerou um bom número de postos de trabalho nos serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas. Ao todo, foram 4.310 empregos no setor, uma variação de 13,4%. Já nas atividades de atenção à saúde humana, foram 4.776 novas vagas, um aumento de 6,9%. Por outro lado, o setor de serviços de alimentação sofreu um revés, contraindo 4,3% após perder 1.366 empregos. 
O Litoral Norte, que tem despontado em crescimento populacional, tendo registrado um salto de 25,87% no número de habitantes entre o Censo de 2010 e 2022, aumentou em 2,74% o estoque de  emprego formal ao comparar os meses de abril de 2024 e de 2025.
Para o pesquisador do DEE-RS Guilherme Xavier, é importante destacar que os empregos informais, os quais também podem ter sido impactados pelo fluxo demográfico, não estão contabilizados nos dados. "Acredito que, com a quantidade de empregos que se gerou, é difícil que não esteja dando conta (do crescimento populacional). Não acredito que as taxas de variação da população estejam muito distantes da variação do emprego formal", acrescentou Xavier, embora tenha deixado claro que a comparação dos dados não é possível devido às diferenças nos intervalos temporais de cada estudo. 
No Corede do Litoral, os destaques ficaram com Torres e Xangri-Lá, cidades que, além de terem crescido na geração de empregos, também tiveram acréscimos populacionais. No caso de Torres, foram 531 novas vagas de trabalho — uma variação de 5,4% —, divididas entre serviços (em torno de 270), construção civil (cerca de 160) e comércio (próximo a 110). Xangri-Lá gerou 397 novas vagas, com uma variação de 9,6%, se destacando nos setores de comércio (em torno de 235) e serviços (cerca de 145). 
Numa conjuntura maior, o Litoral Norte foi impactado por uma alta na disposição de empregos em setores estratégicos para acompanhar o crescimento populacional. Entre eles, o comércio por atacado (+17,9%), o comércio varejista (+3,8%), os serviços especializados em construção civil (+13,9%) e os relativos à captação, tratamento e  distribuição de água (+85,9%, número elevado em virtude do baixo número de empregos no setor, que saltou de 191 para 355). Por outro lado, a construção de edifícios caiu 4,6% e as atividades de atenção à saúde humana decresceram 4,4%. 

Crescimento no Vale do Sinos foi freado pelo setor coureiro-calçadista

O desempenho que menos avançou na Macrorregião foi o do Vale do Sinos, com um crescimento de 2,08% no número de empregos formais. Entretanto, atualmente, a situação pode ter se agravado pelos impactos do tarifaço no setor calçadista no segundo semestre de 2025, que levaram ao fechamento de indústrias do segmento de forte atuação neste Corede. No Rio Grande do Sul, entre outubro de 2024 e setembro de 2025, por exemplo, teve uma redução de 4,30% nos postos de trabalho, o que representou uma perda de 3.190 empregos. O recorte abril-abril, apesar disso, foi mantido para possibilitar a comparação entre as diferentes regiões estudadas pelo Mapa Econômico do RS. 
A maior parte das novas vagas criadas neste recorte foram em Canoas (+1,98%), São Leopoldo (+2,76%) e Novo Hamburgo (+1,87%). No caso de Canoas, o aumento foi puxado pela construção (com mais de mil postos de trabalho) e pelos serviços (em torno de 800). Já São Leopoldo se destaca na indústria (390) e nos serviços (mais de 800 vagas). Novo Hamburgo teve a maior parte dos empregos gerados no comércio (cerca de 750) e uma porção considerável no setor industrial (cerca de 290). 
O Vale do Sinos cresceu intensamente em setores como os de infraestrutura (+12,6%), fabricação de equipamentos de informática (13,4%) e serviços especializados para construção (13,1%). Por outro lado, houve perdas em áreas como serviços de arquitetura e engenharia (-9,8%), fabricação de celulose, papel e produtos em papel (-7,3%) e coureiro-calçadista (-3%, o que representa uma perda de 1.202 vagas de emprego). 

Os 10 maiores estoques de emprego da Macrorregião Metropolitana

1. Porto Alegre
Estoque de empregos em abril de 2025: 589.619
Estoque de empregos em abril de 2024: 572.538
2. Canoas
Estoque de empregos em abril de 2025: 92.696
Estoque de empregos em abril de 2024: 90.891
3. Novo Hamburgo
Estoque de empregos em abril de 2025: 72.992
Estoque de empregos em abril de 2024: 71.648
4. Gravataí
Estoque de empregos em abril de 2025: 58.569
Estoque de empregos em abril de 2024: 56.136
5. São Leopoldo
Estoque de empregos em abril de 2025: 57.655
Estoque de empregos em abril de 2024: 56.102
6. Cachoeirinha
Estoque de empregos em abril de 2025: 41.496
Estoque de empregos em abril de 2024: 38.947
7. Campo Bom
Estoque de empregos em abril de 2025: 27.912
Estoque de empregos em abril de 2024: 27.773
8. Sapiranga
Estoque de empregos em abril de 2025: 21.915
Estoque de empregos em abril de 2024: 22.107
9. Sapucaia do Sul
Estoque de empregos em abril de 2025: 21.790
Estoque de empregos em abril de 2024: 20.922
10. Viamão
Estoque de empregos em abril de 2025: 21.687
Estoque de empregos em abril de 2024: 20.717

O emprego nas regiões

Região Empregos em abril de 2024 Empregos em abril de 2025
Variação
Metropolitana 765.731 790.636 3,25%
Vale do Sinos 370.165 377.875 2,08%
Litoral Norte 65.189 66.981 2,74%
Total 1.201.085 1.235.492 2,87%

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