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Publicada em 11 de Julho de 2025 às 10:00

Presidente do Sinditabaco exalta protagonismo gaúcho na fumicultura

Presidente do Sinditabaco, Valmor Thesing destacou exportações fumageiras durante evento do Mapa Econômico do RS em Lajeado

Presidente do Sinditabaco, Valmor Thesing destacou exportações fumageiras durante evento do Mapa Econômico do RS em Lajeado

TÂNIA MEINERZ/JC
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Ana Stobbe
Ana Stobbe Repórter
* De Lajeado
* De Lajeado
O Brasil é, há cerca de três décadas, o principal exportador de tabaco do mundo, dedicando em torno de 90% da sua produção ao mercado externo. E esse protagonismo apenas pôde ser alcançado com a contribuição do Rio Grande do Sul, conforme apontou o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Valmor Thesing, durante o evento do Mapa Econômico do RS realizado pelo Jornal do Comércio, em Lajeado, na quinta-feira, 10 de julho. 
"Temos, nos três estados da Região Sul, 138 mil produtores integrados, com, em média, três pessoas em cada família. É uma economia familiar. E isso gera uma renda de R$ 14 bilhões, segundo os números de 2024. A renda obtida é 117% maior do que a média de renda do brasileiro. Só no Rio Grande do Sul, que responde por 50% dessa produção, são 65 mil produtores integrados", informou Thesing.
Para o líder do Sinditabaco, a produção fumageira contribui não apenas para o produtor, mas, também, para a própria resiliência climática. "O setor tem um programa de reflorestamento que nasceu na década de 1970. Hoje, os produtores são, na sua maioria, autossuficientes (na produção de madeira). A cobertura vegetal média dos produtores de tabaco é de 27% do solo, enquanto no Estado a média é 15%", destacou.
Falando em novas oportunidades, o presidente da entidade ressaltou o potencial de expansão da exportação no Estado. Entretanto, considerou ser necessário discutir uma regulamentação de novos produtos que utilizam o tabaco como fonte, incluindo os cigarros eletrônicos e a nicotina líquida, o que, defende, poderia ampliar as receitas obtidas pela indústria fumageira. 
Por outro lado, Thesing nota como desafio para o setor os problemas de infraestrutura logística. Principalmente, considerando impasses trazidos pela dependência do Porto de Rio Grande para a movimentação dos contêineres devido ao alto volume de tabaco exportado pelo Estado. Além disso, criticou as situações das rodovias utilizadas para o transporte de cargas e a falta de celeridade nas obras de duplicação e melhorias.
"São 25 mil contêineres de tabaco por ano. Isso significa que a cada dia tem que sair 100 caminhões da Região do Vale do Rio Pardo. Só temos um porto no Estado. E, seguidamente, por questões climáticas, os contêineres ficam parados. E aí temos que carregar eles e levar para os portos de Santa Catarina. Isso é um custo operacional alto", refletiu. A expectativa do líder do Sinditabaco é de que os imbróglios para a criação de um novo porto possam ser solucionados em breve.
Outro impasse citado por Thelsing é a falta de formação para a juventude no campo. Citando um programa desenvolvido pelo Sinditabaco que utiliza uma metodologia de ensino voltada ao meio rural, ele destacou a necessidade de desenvolver cursos profissionalizantes.
"Vemos isso com muito orgulho, porque estamos formando as futuras lideranças do meio rural. O problema do trabalho infantil nós resolvemos. E estamos buscando o futuro pelo auxílio na formação desses jovens para que, independente do que eles seguirem, estejam preparados profissionalmente para poder tocar o meio rural", celebrou.

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