Do centro de eventos da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), que há pouco mais de um ano estava totalmente inundada por conta da enchente, partiram ideias para o desenvolvimento das Regiões Central, Vale do Taquari, Vale do Rio Pardo, Vale do Jaguari e Jacuí Centro. Na tarde desta quinta-feira, 10 de julho, o Jornal do Comércio promoveu ali a segunda edição deste ano do Mapa Econômico do Rio Grande do Sul, projeto em sua terceira temporada. Resiliência e união de esforços dominaram a conversa.
"As lideranças regionais sabem melhor que ninguém quais são as oportunidades e os desafios. Estamos aqui para ouvi-las e completar o mapeamento das cadeias produtivas dessa parte do Estado", justificou o editor-chefe do JC, Guilherme Kolling, ao iniciar o debate do evento, que reuniu quase 200 lideranças.
A prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher (PP), reconheceu que a pauta da enchente continua relevante e exigindo esforços, mas quer avançar. "A gente está se reerguendo muito bem, somos muito fortes, temos muita coisa boa aqui. Queremos pautas positivas para voltar a voar", enfatizou. "Tiramos muitas lições internas como região, em especial sobre a situação da logística. Nosso Vale paralisou com a enchente, caíram pontes, outras foram interditadas. E a gente acordou. Estamos trabalhando fortemente, buscando recursos e projetos como nunca se viu", complementou.
Prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher deu uma mensagem de otimismo e recuperação para o Vale do Taquari
Tânia Meinerz/JC
O presidente do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero, exaltou a vocação exportadora de Lajeado. "Não é por nada que escolhemos essa localidade. Pela parte industrial, de alimentos, por exportar muitos doces", observou.
Os painelistas foram Alexandre Heineck, presidente do Conselho de Administração da Docile; Gilberto Piccinini, presidente do Conselho da Cooperativa Dália Alimentos; e Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco).
"Há um ano estávamos assustados, passamos um mês sem trabalhar. Colapsou", lembrou Piccinini. "Hoje, um ano depois, o mercado mudou completamente. Perdemos milhões, após a crise da proteína e da enchente. Quero dizer o seguinte: somos muito fortes na questão do associativismo", exaltou, citando que as exportações para a China e às Filipinas, principalmente, fizeram a Dália voltar com força.
Thesing, do Sinditabaco, acha que a troca de ideias é combustível para a resiliência. Em seguida, explicou o sistema centenário da produção e comercialização do tabaco. "Há mais de 30 anos, o Brasil responde entre 20% e 30% por todo tabaco comercializado ao redor do mundo", mensurou. Isso, para ele, é sinônimo de renda e dignidade aos produtores. O setor, inclusive, é exemplo de adaptação com as questões climáticas. "Ao longo de décadas, se trabalhou muito a questão da diversificação."
Quase 200 lideranças compareceram ao evento do Mapa Econômico do RS na Acil em Lajeado
Tânia Meinerz/JC
Heineck, da Docile, acredita que é necessário estar sempre inovando e aprimorando processos. "Sofremos com taxas e infraestrutura no ano passado, mas estamos sempre trazendo um doce dentro dessas adversidades", falou. Ele citou, também, as tarifas dos Estados Unidos em 50% sobre os produtos brasileiros. "Precisamos buscar negociação, como a China fez. Nosso negócio é buscar parcerias importantes." Para ele, unir todas as frentes e ter planos estruturados a médio e longo prazo seria a receita para a sustentabilidade econômica.
Entre os desafios a serem superados, os painelistas mencionaram a escassez de portos no Estado, educação e mão de obra. Recursos, para eles, existem, mas é necessária uma gestão pública eficiente.
O caderno especial que faz o raio-x da região será publicado pelo JC no dia 31 de julho, com o detalhamento de suas vocações produtivas.
Próximos eventos do Mapa Econômico do RS pelo Estado:
7/8 - Garibaldi
9/10 - Cruz Alta
10/11 - Porto Alegre
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7/8 - Garibaldi
9/10 - Cruz Alta
10/11 - Porto Alegre