Após três semanas de intensas precipitações no Estado, as cidades gaúchas contabilizam os prejuízos. Em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, a prefeitura projeta prejuízo de R$ 35 milhões com perdas do ICMS. O valor representa 40% da arrecadação do tributo para todo o ano. A projeção dos danos considera que as seis mil empresas afetadas direta e indiretamente pelas tempestades no município.
Além disso, as chuvas provocaram prejuízos de R$ 300 milhões com a destruição de bens públicos. O poder público retirou seis mil toneladas de entulhos. Junto a isso, 14 mil moradores permanecem ainda desalojados e quatro mil estão em abrigos. No período mais crítico, foram 32 mil pessoas desalojados e seis mil em abrigos oriundos dos bairros Santo Afonso, Canudos, Industrial e Liberdade.
Em relação ao retorno das pessoas para casa, o diretor da secretaria Municipal de Obras Públicas, Ricardo Al-Alam, afirma que a data de retorno de toda a população as suas residências ainda é incerto. “Ainda não há previsão de secar todos dos bairros. Só iremos mandar a população de volta quando estiver seguro”, disse. Em alguns bairros, o processo de limpeza já foi retomado.
O executivo comenta que o dique que separa a cidade de São Leopoldo foi projetado para o nível da água chegar, no máximo, 7,6 metros, com 1,2m de folga. Em última mediação possível realizada pela prefeitura, o Rio dos Sinos chegou a 9,73m. Porém, estima que foi o nível do Sinos ultrapassou a marca de 10 m. Ou seja, 1,2 m superior ao limite. Por causa disso, teve 35%da área urbana inundada. A prefeita, Fátima Daudt, pediu cerca de R$ 17,5 milhões para recuperar a infraestrutura contra enchentes.
A única casa de bombas da cidade foi completamente alagada. Não há previsão de retomada do funcionamento, pois é necessário baixar o nível das águas para chegar ao local e consertar os equipamentos. Por causa disso, o município locou uma bomba de sucção de 1 mil litros por segundo, além de um equipamento da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) que chegou em Nova Santa Rita nesta terça-feira (21) – com capacidade de 2 mil litros por segundo.
Junto a isso, em parceria do poder público com a Federação das Associações dos Arrozeiros do Estado (Federarroz) para chegar mais bombas neste final de semana. Segundo a prefeitura, a meta é conseguir equipamento para bombear até 5 mil litros por segundo.
Após as ações emergências – drenagem da água, conserto das bombas e limpeza – o poder público planejará um sistema de alerta contra cheias. “A ideia é um sistema de monitoramento tanto de elevação do nível do Rio dos Sinos quanto de eventual movimentação do maciço do dique, com disparo de sirenes. Mas precisamos elaborar um plano para isso, nos moldes do existente em outros estados. Queremos implanta o mais rápido possível”, diz sem informar o prazo da ação.