Safra de uva na Campanha gaúcha tem quebra de 40%

Mesmo com a quebra, associação de vinícolas entende que qualidade do produto deve permanecer a mesma

Por Liliane Moura

Fenômeno El Niño é considerado o principal responsável pelo quadro; prejuízo não deve impactar no preço
Segunda maior produtora de bebidas à base de uva do Brasil - atrás da Serra gaúcha - a região da Campanha teve uma quebra de 40% na produção de uvas na safra desse ano. O motivo, segundo os produtores, foram os efeitos do El Niño no crescimento da fruta. No entanto, nem mesmo esse cenário de queda na produção freia o otimismo na busca por uma bebida de qualidade competitiva no mercado nacional e exterior.

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Localizada em Bagé, a Vinícola da Batalhas Vinhos e Vinhas teve a plantação das primeiras parreiras em 1888. As produções deram origem as primeiras comercializações de vinho pela Vinícola Marimom. Atualmente, o local recebe cerca de 1 mil visitantes por ano.
"Somos uma pequena vinícola de seis hectares", comenta o sócio da vinícola, Giovâni Perez. Ele é tesoureiro da Associação dos Vinhos da Campanha Gaúcha que organiza as vinícolas da região. Recentemente, a associação realizou uma parceria com o Sebrae a fim de explorar de forma profissional o potencial do enoturismo na Campanha. Em uma pesquisa feita questionava os entrevistados sobre o porquê das pessoas não visitarem a Campanha. E o principal motivo foi a falta de informação sobre a região.
Em razão do estudo, foi desenvolvido a Rota Vinhos da Campanha Gaúcha e o e-book que divulga os roteiros de atividades e atrativos das vinícolas locais, além de dicas, sobre as características e potencialidades do Pampa, como também, dicas de passeio, de compras, agências de turismo, locadoras de veículos e agências de viagens. "A gente trabalha de segunda a sábado e recebe visitas do Brasil inteiro", analisa Giovâni, sobre o conhecimento do público na Campanha. "As pessoas mais atentas ao vinho já criam um conceito que principalmente no vinho tinto de alta qualidade está saindo da Campanha gaúcha", analisa Perez.
De acordo com o sócio, a vinícola foca não apenas em promover o consumo de bens e serviço, mas também em proporcionar uma experiência cultural e histórica ao visitante. "A gente tem uma riqueza histórica muito grande. Não precisa inventar nada. Apenas contar a nossa história. O novo turista porque ele quer se envolver com a cultura da região", analisa.