Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 12 de Maio de 2025 às 11:53

Fêmur de mastodonte e fósseis da Lagoa Mirim entram em exposição em Santa Vitória do Palmar

Pesquisas de fósseis buscam entender como a Lagoa Mirim e seus entornos foram afetados por mudanças no clima e ambientes ao longo de milhares de anos

Pesquisas de fósseis buscam entender como a Lagoa Mirim e seus entornos foram afetados por mudanças no clima e ambientes ao longo de milhares de anos

Renato Lopes/Arquivo Pessoal/JC
Compartilhe:
Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
Depois de um cuidadoso processo de limpeza, o fêmur do mastodonte de cerca de 100 mil anos encontrado às margens do arroio Chuí em Santa Vitória do Palmar, no mês de janeiro, será exposto ao público no Museu de Paleontologia Mário Costa Barberena, de 13 a 18 de maio.
Depois de um cuidadoso processo de limpeza, o fêmur do mastodonte de cerca de 100 mil anos encontrado às margens do arroio Chuí em Santa Vitória do Palmar, no mês de janeiro, será exposto ao público no Museu de Paleontologia Mário Costa Barberena, de 13 a 18 de maio.
A exposição, que acontece durante a Semana Nacional dos Museus, também traz fósseis de animais terrestres e marinhos extintos, encontrados no fundo e nas margens da Lagoa Mirim, no Sul do RS. “Esses incluem diversos mamíferos, como preguiças gigantes, gliptodontes, que são um parente extinto dos tatus, mastodontes e cervos. Entre os marinhos, estão diversas espécies de moluscos, tubarões, raias e baleias”, conta o paleontólogo Renato Lopes, que integra a organização da mostra.
Foi Lopes, acompanhado de uma equipe de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que encontrou em janeiro, o osso do mastodonte que agora estará disponível para a observação do público. A notícia foi divulgada em primeira mão pelo Jornal do Comércio. “Esses fósseis têm sido estudados como parte de um projeto de pesquisa desenvolvido por pesquisadores do museu e universidades, cujo objetivo é entender como a Lagoa Mirim e seus entornos foram afetados por mudanças no clima e ambientes ao longo de milhares de anos”, explica.
Segundo o paleontólogo, um dos objetivos da exposição é trazer ao público visitante parte dos resultados dessa pesquisa, como forma de divulgação científica. Outro propósito, acrescenta Lopes, é valorizar a contribuição de pessoas de Santa Vitória para a preservação do patrimônio fóssil da região, porque várias das peças expostas foram encontradas acidentalmente e trazidas ao museu por pescadores e outros moradores da região.
“Isso é resultado da conscientização da comunidade por meio do programa de educação patrimonial desenvolvido pelo museu, que busca informar as pessoas sobre a importância desses fósseis como patrimônio natural protegido por lei, e também pela sua relevância para o conhecimento científico a respeito das mudanças no clima, ambientes, flora e fauna da região ao longo do tempo”, celebra o pesquisador.
Museu de Paleontologia Mário Costa Barberena fica às margens da Lagoa Mirim, no Porto Pindorama, em Santa Vitória do Palmar | Renato Lopes/Arquivo Pessoal/JC
Museu de Paleontologia Mário Costa Barberena fica às margens da Lagoa Mirim, no Porto Pindorama, em Santa Vitória do Palmar Renato Lopes/Arquivo Pessoal/JC
Os fósseis poderão ser visitados entre esta terça-feira (13) até o próximo domingo (18), das 14h às 18h. O Museu de Paleontologia Mário Costa Barberena fica no Porto Pindorama, às margens da Lagoa Mirim, em Santa Vitória do Palmar.
As pesquisas em Santa Vitória do Palmar fazem parte de um esforço contínuo para mapear registros da fauna pré-histórica no Estado. Desde a década de 1960, fósseis têm sido encontrados na área, que possui formações geológicas expostas, facilitando a identificação de vestígios. Além do mastodonte, já foram descobertos restos de outros animais de grande porte, como preguiças gigantes e toxodontes, espécies que habitaram o sul do Brasil durante o período Pleistoceno.
Segundo Lopes, as descobertas realizadas reforçam o potencial do litoral Sul gaúcho como área de relevância científica. Os estudos seguem em andamento e novas escavações podem revelar mais detalhes sobre os animais que habitaram o território há milhares de anos.

Notícias relacionadas