A pesca é uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Sul, com um faturamento anual que pode chegar a R$ 900 milhões, segundo o Mapa Econômico do RS. No entanto, eventos climáticos recentes, como as enchentes que provocaram um alto volume de água na Lagoa dos Patos, trouxeram desafios significativos para o setor, especialmente para os mais de 800 pescadores da Colônia Z3, Pontal da Barra e Balsa, em Pelotas.
As enchentes de maio invadiram casas, comércios e impactaram diretamente o ambiente de pesca. Segundo Luís Eduardo Guimarães, pescador local, o excesso de água levou grande parte dos peixes e prejudicou a atividade: "O peixe está pouco e o preço também não ajuda", observa.
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Além disso, o alto volume da lagoa impede a entrada de água salgada, essencial para trazer larvas de camarão e peixes para a costa. A coordenadora da Feira do Pescador de Pelotas, Adriana Chagas, explica que, mesmo com a melhora das condições climáticas, a expectativa para o início da safra de camarão em fevereiro ainda é incerta.
Enquanto aguardam melhores condições, pescadores buscam alternativas. Os pescadores saem da Z3 para comercializar os peixes em feiras como essa, nos bairros da cidade de Pelotas. Essa é uma das formas que aproximam o pescado às comunidades. A banca do Altemar já está há cinco anos do bairro Três Vendas e, para ele, vender em diferentes localidades agrega valor ao produto.
"Vender em vilas onde não há peixarias ajuda a gente a ganhar mais", conta o pescador Altemar Donini. O principal produto de seu ponto comercial são peixes como traíra e corvina.
Apesar das dificuldades, há esperança de que os ventos e o clima favoreçam o setor, trazendo equilíbrio e melhores condições para os pescadores.