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Publicada em 18 de Novembro de 2025 às 16:44

Kast arranca como favorito para o segundo turno no Chile

Conservador tem os mais de 2,5 milhões de eleitores do 3º colocado

Conservador tem os mais de 2,5 milhões de eleitores do 3º colocado

Marvin RECINOS/AFP/JC
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Agências
Embora a comunista Jeannette Jara tenha sido a candidata mais votada no primeiro turno das eleições no Chile, a disputa do domingo (16), indica dois grandes protagonistas. Um deles é o conservador José Antonio Kast, que desponta como favorito para o segundo turno. O outro é a grande surpresa da noite, Franco Parisi, o terceiro candidato mais votado, com 19,7% da preferência popular.
Embora a comunista Jeannette Jara tenha sido a candidata mais votada no primeiro turno das eleições no Chile, a disputa do domingo (16), indica dois grandes protagonistas. Um deles é o conservador José Antonio Kast, que desponta como favorito para o segundo turno. O outro é a grande surpresa da noite, Franco Parisi, o terceiro candidato mais votado, com 19,7% da preferência popular.
O resultado do primeiro turno não foi surpreendente, mas a vantagem de apenas três pontos porcentuais de Jeannette para Kast, bem como a possível união dos candidatos de direita em torno do conservador, indicam um cenário complicado para a candidata governista. Os demais candidatos da esquerda - Marco Enríquez-Ominami, Eduardo Artés e talvez Harold Mayne-Nicholls - juntos, tiveram pouco mais de 3% dos votos, o que agregará pouco a Jeannette Jara.
Sua maior chance de ser competitiva no segundo turno são os mais de 2,5 milhões de eleitores que votaram em Parisi, um populista que se coloca como outsider no cenário político chileno. Obter esse apoio, no entanto, será um trabalho árduo.
Para Kast, o cenário é amplamente favorável. Mal havia terminado a contagem de votos, a candidata da direita tradicional Evelyn Matthei já estava em cima do palco do Partido Republicano, declarando total apoio a Kast. O libertário Johannes Kaiser também foi rápido para declarar seu apoio. Kaiser obteve 13,9% e Matthei 12,5%. Se a maioria dos eleitores da dupla migrarem para o conservador, ele chegará perto dos 50% dos votos que precisa para vencer o segundo turno.
Quase todo o eleitorado de Kaiser e Matthei vai votar por Kast porque jamais votariam em uma candidata do Partido Comunista. Não só por ela ser de esquerda, mas também porque dão muita importância ao fato de ela ser do Partido Comunista", explica a cientista política pela Pontifícia Universidade Católica do Chile Federica Sanchez Staniak.
Apesar disso, a posição de Jeannette não é inédita à esquerda chilena. O mesmo aconteceu com o atual presidente Gabriel Boric em 2021, quando ele chegou até a perder o primeiro turno para Kast, tinha pouco espaço de crescimento, mas venceu no segundo turno. O problema dela  agora é o forte anticomunismo que existe no país.
Outro fator que pode equilibrar a disputa é o fato de esta ter sido foi a primeira eleição presidencial em mais de uma década que contou com voto obrigatório. Um estudo conduzido pela Universidade do Desenvolvimento analisou que mais de 5 milhões de chilenos deixavam de votar quando o voto não era obrigatório.
A direita também ganhou as eleições legislativas, que ontem renovaram todas as 155 vagas da Câmara de Deputados e 23 dos 50 assentos no Senado. Na Câmara, caso o cenário que se configura para o segundo turno seja mantido, a direita ficará a dois deputados da maioria simples.
Já no Senado, o cenário é mais complexo. O desempenho da coalizão de Kast e Kaiser foi inferior ao da Câmara. Com apenas sete cadeiras, chegará à metade dos assentos, caso se alie a Matthei, que tem 18 senadores. A esquerda, com 20, é a maior bancada de oposição, seguida por três senadores verdes e dois independentes.

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