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Publicada em 13 de Outubro de 2025 às 19:52

Trump assina acordo de paz com líderes árabes no Egito

Cúpula reuniu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; líderes europeus e árabes, selando a paz entre Israel e Hamas; reconstrução de Gaza é estimada em US$ 80 bilhões

Cúpula reuniu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; líderes europeus e árabes, selando a paz entre Israel e Hamas; reconstrução de Gaza é estimada em US$ 80 bilhões

/Evan Vucci/AFP/JC
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Agências
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem, juntamente com os representantes de Egito, Catar e Turquia, um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, oficializando a trégua que começou na última sexta no território palestino. Nem o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nem representantes do Hamas compareceram à cerimônia, que contou com a presença de cerca de 20 líderes mundiais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou ontem, juntamente com os representantes de Egito, Catar e Turquia, um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, oficializando a trégua que começou na última sexta no território palestino. Nem o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nem representantes do Hamas compareceram à cerimônia, que contou com a presença de cerca de 20 líderes mundiais.
O encontro entre os líderes ocorreu durante uma cúpula na cidade egípcia Sharm el-Sheikh, um balneário às margens do Mar Vermelho, onde eles discutiram os próximos passos na resolução do conflito. O evento reuniu governantes europeus e árabes, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recusou um convite de Trump de última hora e ficou de fora. Antes de chegar ao Egito, Trump foi a Israel e discursou no Parlamento do país, tornando-se o primeiro presidente americano a fazê-lo desde o George W. Bush, em 2008.
O premiê citou o feriado judaico de Simchat Torá, que começa no pôr do sol desta segunda, como justificativa, mas, segundo o jornal britânico The Guardian, a recusa ocorreu após o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, ameaçar não pousar caso o líder israelense comparecesse.
Após a assinatura, o ditador egípcio, Abdel Fatah Al-Sisi, disse que o acordo encerrará um "capítulo doloroso na história humana" e que a solução de dois Estados era a única forma de alcançar o objetivo de palestinos e israelenses viverem em paz. Ele também anunciou que dará a Trump o Colar do Nilo, a mais alta honraria concedida no Egito.
Já Trump afirmou que, "a partir deste momento, podemos construir uma região forte, estável, próspera e unida na rejeição do caminho do terror" e disse que a corrida final para fechar o acordo assinado nesta segunda ocorreu na Assembleia-Geral da ONU, no final do mês passado.
O republicano disse que se encontrou com líderes de oito países árabes, incluindo alguns dos quais não gosta particularmente, em suas palavras, e conversou com eles até concluir o trabalho. "Os primeiros passos para a paz são sempre os mais difíceis, e hoje os demos juntos", afirmou.
Em seguida, instou os presentes a aderir aos Acordos de Abraão, que normalizaram as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e Bahrein e são uma das maiores conquistas diplomáticas do primeiro mandato de Trump.
"Espero que todos estejam se unindo. Agora não temos desculpas. Não temos Gaza e não temos um Irã como desculpa", afirmou, provavelmente em referência à trégua e aos bombardeios americanos às instalações nucleares do regime.
A cúpula ocorreu horas depois que os últimos 20 reféns vivos dos ataques terroristas do Hamas foram libertados e que Tel Aviv soltou quase 2.000 prisioneiros palestinos. O Exército israelense confirmou posteriormente a entrega dos corpos de quatro reféns nesta segunda. Resta ainda devolver os restos mortais de outros 22 sequestrados que se acredita terem morrido e descobrir o paradeiro de outros dois cujos destinos são desconhecidos.
"Os céus estão calmos, as armas silenciosas, as sirenes quietas e o sol nasce sobre uma Terra Santa que finalmente está em paz", disse Trump, ovacionado por vários minutos pelos parlamentares. Ele afirmou ainda que um "longo pesadelo" para israelenses e palestinos havia terminado. "Agora é hora de transformar essas vitórias contra terroristas no campo de batalha no prêmio final de paz e prosperidade para todo o Oriente Médio".
A cúpula desta segunda reuniu líderes europeus como o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, o do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente da França, Emmanuel Macron, além do secretário-geral da ONU, António Guterres. Entre os chefes de Estado da região destacavam-se o emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, além de Erdoğan. Ambos os líderes ajudaram a intermediar o cessar-fogo.

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