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Publicada em 09 de Setembro de 2025 às 20:43

Guerra em Gaza e ataque em Jerusalém ofuscam abertura da Assembleia-Geral da ONU

Casa Branca é o fiel da balança de qualquer decisão prática sobre o tema no Conselho de Segurança da ONU

Casa Branca é o fiel da balança de qualquer decisão prática sobre o tema no Conselho de Segurança da ONU

SPENCER PLATT/Getty Images via AFP/JC
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Agências
A Assembleia-Geral das Nações Unidas começa oficialmente nesta terça-feira (9) com foco no conflito israelo-palestino, persistente e indissociável de toda a história da organização mundial de 80 anos, completados neste ano.
A Assembleia-Geral das Nações Unidas começa oficialmente nesta terça-feira (9) com foco no conflito israelo-palestino, persistente e indissociável de toda a história da organização mundial de 80 anos, completados neste ano.
Embora o debate em que tradicionalmente falam os líderes mundiais se inicie apenas no final do mês, no dia 23, o anúncio prévio de países como Reino Unido, França e Canadá de que vão reconhecer a Palestina durante a reunião global já coloca a questão no cerne do encontro e de declarações de chefes de Estado.
Os anúncios se juntam ainda à situação dramática da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, às vésperas de completar dois anos, e ao atentado desta segunda-feira (8) no trevo de Ramot, em Jerusalém, para ofuscar outras agendas importantes, como a da própria reforma da ONU em tempos de cortes orçamentários a agências internacionais, em particular vindos dos Estados Unidos sob Donald Trump.
Não há, no entanto, quaisquer expectativas de avanços práticos na Assembleia-Geral, como seria a admissão do Estado da Palestina como membro pleno da ONU, ou mesmo de negociações que mudem o rumo do conflito no território palestino. Além disso, movimentos da política israelense indicam, pelo contrário, um aprofundamento do controle de Israel da Cisjordânia ocupada.
A imprensa do país relata que o gabinete de Benjamin Netanyahu pondera formas de reagir em caso de confirmação do aumento do reconhecimento da Palestina na ONU. O governo cogitaria, inclusive, anexar partes do território que ocupa desde 1967, o que seria inadmissível para parceiros árabes recentes, como os Emirados Árabes Unidos, e outros que ensaiavam se aproximar de Israel antes do ataque do Hamas em 2023.
O Exército israelense segue avançando sobre a Cidade de Gaza, o maior centro urbano do território conflagrado, enquanto o governo de Netanyahu não responde à última rodada de negociação para um cessar-fogo —o Hamas afirma que já aceitou a mais recente proposta e aguarda um posicionamento de Tel Aviv.
Ao mesmo tempo, a Casa Branca é o fiel da balança de qualquer decisão prática sobre o tema no Conselho de Segurança da ONU, órgão decisório máximo das Nações Unidas em que Washington costuma exercer seu poder de veto em favor de Tel Aviv. Isso inclui eventual aprovação de um Estado da Palestina como membro da organização.
Pesa ainda para o foco no conflito durante a reunião global deste mês o fato de que o governo Trump cancelou vistos de autoridades da ANP para o evento na sede da ONU é em Nova York. O presidente americano ameaça com a mesma medida autoridades de outros países com os quais tem rusgas recentes, incluindo o Brasil.

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