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Publicada em 09 de Setembro de 2025 às 15:05

Oriente Médio alerta para consequências 'perigosas' ao ataque de Israel ao Catar

Segundo a Al Jazeera, a liderança do Hamas sobreviveu ao ataque

Segundo a Al Jazeera, a liderança do Hamas sobreviveu ao ataque

Jacqueline PENNEY/AFPTV/AFP/JC
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Agências
A Arábia Saudita condenou os ataques de Israel contra Doha, capital do Catar, e alertou sobre "terríveis consequências" caso o exército israelense mantenha suas "violações criminosas" do direito internacional, em nota divulgada no X nesta terça-feira (9).
A Arábia Saudita condenou os ataques de Israel contra Doha, capital do Catar, e alertou sobre "terríveis consequências" caso o exército israelense mantenha suas "violações criminosas" do direito internacional, em nota divulgada no X nesta terça-feira (9).
O país ressaltou sua total solidariedade ao Catar, afirmando que mobilizará "todas as suas capacidades" para tomar as medidas necessárias em apoio à soberania do vizinho. A Arábia Saudita se junta a outros aliados da região que condenaram em termos fortes as ações israelenses no Catar, em sua grande parte exigindo uma resposta do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e da comunidade internacional para evitar um agravamento dos ataques.
O conselheiro sênior diplomático dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, classificou o ataque como "traiçoeiro", frisando que a segurança dos países árabes do Golfo é "indivisível" e que todos apoiam "integralmente" o Catar, em publicação no X.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores dos Emirados chamou o ataque de "escalada irresponsável que ameaça a estabilidade regional e internacional", também alertando para "consequências perigosas" caso as ofensivas continuem. Uma realidade politicamente instável no Oriente Médio "não será tolerada ou aceita", disse o ministério.
Já Omã acusou Israel de cometer "crimes de assassinatos e de traição" ao conduzir o "ataque brutal" no Catar, expressando solidariedade com a população catariana. O Iraque chamou a ação israelense de "ato covarde" em um "sistema de matança política e deslocamento forçado para ocupar território da população palestina", em referência ao conflito na Faixa de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, disse que o ataque deixa a região à beira de mais um conflito. "O mundo precisa entender as consequências horríveis de continuar a permitir que Israel aja acima da lei e cometa crimes sem punição", disse.
A Liga Árabe também condenou os ataques e reiterou compromisso com a segurança das fronteiras de seus 22 países-membros. Além dos citados acima, a Liga inclui o Egito, Síria, Kuwait, Iêmen, Líbano, entre outros.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou a participação de outros países no ataque israelense contra integrantes do Hamas em Doha, no Catar. "A ação contra os principais líderes terroristas do Hamas foi totalmente independente", diz o texto. "Israel a iniciou, Israel a conduziu e Israel assume total responsabilidade", pontua o breve comunicado divulgado pelo governo de Netanyahu.
Mais cedo, porém, o Canal 12 de Israel havia informado que o presidente dos EUA, Donald Trump, deu "sinal verde" para a operação militar israelense em Doha. Ao mesmo tempo, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), grupo paramilitar iraniano, afirmou que uma delegação do Hamas foi levada pelos EUA ao mesmo prédio atacado por Israel para discutir um acordo de cessar-fogo para a guerra em Gaza. 
Segundo a Al Jazeera, a liderança do Hamas sobreviveu ao ataque. A vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, afirmou que o governo norte-americano não fará comentários sobre os ataques de Israel neste momento, segundo a Al Jazeera.
 

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