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Publicada em 14 de Julho de 2025 às 17:47

Trump exige trégua de Putin na Ucrânia em 50 dias

Ameaça de Trump a Putin pode causar novos rumos ao conflito

Ameaça de Trump a Putin pode causar novos rumos ao conflito

Ramil SITDIKOV e Jim WATSON/AFP/JC
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Agências
Cinco meses após promover uma reversão na política americana para a Guerra da Ucrânia e aproximar-se de Vladimir Putin, Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (14) um ultimato ao presidente russo: ou Putin acerta uma trégua com Kiev em até 50 dias ou Moscou será alvo de novas e duras sanções econômicas, que poderão atingir até o Brasil.
Cinco meses após promover uma reversão na política americana para a Guerra da Ucrânia e aproximar-se de Vladimir Putin, Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (14) um ultimato ao presidente russo: ou Putin acerta uma trégua com Kiev em até 50 dias ou Moscou será alvo de novas e duras sanções econômicas, que poderão atingir até o Brasil.
Além disso, Trump confirmou a retomada do envio de sistemas de defesa aérea para os ucranianos, dizendo que a conta será paga pela Otan. O secretário-geral da aliança militar ocidental, o holandês Mark Rutte, estava a seu lado na Casa Branca durante o anúncio.
Com isso, o norte-americano dá um basta a Putin, que vinha exasperando Trump devido à sua resistência em aderir a um cessar-fogo imediato no conflito iniciado pelo Kremlin em 2022. Ele já conversou cinco vezes diretamente com o russo sobre o conflito desde que assumiu. "Nos falamos bastante", disse.
O republicano falou em "tarifas severas", especificando que seriam secundárias. Ou seja, atingiriam aqueles que fazem negócios com os russos. Ele não citou o Brasil, com quem está em aberta guerra tarifária, mas o país é grande comprador de óleo diesel de Putin, por exemplo. "Tarifas secundárias são muito poderosas. Espero que dê certo", disse Trump, citando taxas de até 100% - menos que os 500% propostos em um projeto que tramita no Congresso americano.
A Rússia está sob sanções ocidentais desde a invasão do vizinho, e no comércio bilateral com os EUA há pouco que Trump possa fazer na prática -o volume foi reduzido a residuais US$ 3 bilhões em 2024. Mas o impacto sobre empresas e bancos que lidam com os russos é potencialmente enorme.
Além do Brasil, também China e Índia são grandes clientes de hidrocarbonetos de Moscou. Em comum, todos os países são do Brics, bloco que virou alvo de críticas e ameaças de tarifas de Trump durante a cúpula no Rio de Janeiro, na semana passada.
Trump havia comprando a versão de Moscou da origem do conflito: o risco de a Ucrânia ser absorvida pela Otan, que desde o fim da Guerra Fria se expande rumo às fronteiras do país de Putin. Além disso, por uma rixa pessoal com Volodymyr Zelensky, protagonizou diversos embates com o presidente ucraniano, o mais sério deles o bate-boca em pleno Salão Oval, em fevereiro. 
Ao mesmo tempo, aos poucos Trump percebeu que Putin fazia uso de sua boa vontade, expandindo suas operações terrestres a novos territórios na Ucrânia e incrementando a campanha aérea contra Kiev -que também aumentou seus ataques com drones, levando à maior intensidade de todo o conflito.
Não foram divulgados números da ajuda. A Ucrânia tem estimados seis sistemas Patriot, cada um com seis lançadores capazes de lançar quatro mísseis individualmente. A Alemanha já se dispôs a pagar por ao menos três novos.
Trump ainda não aprovou gastos novos com Kiev. O que vinha sendo enviado em armas vem de um pacote final do antecessor democrata Joe Biden, que aprovou R$ 174 bilhões a Kiev no ocaso de seu governo.
 

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