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Publicada em 12 de Julho de 2025 às 18:58

México e UE reagem à ameaça de tarifa de Trump com pedidos de negociação

União Europeia tomará "todas as medidas necessárias" para resguardar seus interesses, disse Ursula von der Leyen

União Europeia tomará "todas as medidas necessárias" para resguardar seus interesses, disse Ursula von der Leyen

KENZO TRIBOUILLARD/AFP/JC
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Agências
As presidentes do México, Claudia Sheinbaum, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reagiram neste sábado (12) às ameaças do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 30% sobre os produtos mexicanos e do bloco europeu que chegam aos Estados Unidos a partir do dia 1º com pedidos para negociar novos acordos tarifários com a Casa Branca. As ameaças são as mais recentes feitas por Trump nesta semana.
As presidentes do México, Claudia Sheinbaum, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reagiram neste sábado (12) às ameaças do presidente americano, Donald Trump, de impor tarifas de 30% sobre os produtos mexicanos e do bloco europeu que chegam aos Estados Unidos a partir do dia 1º com pedidos para negociar novos acordos tarifários com a Casa Branca. As ameaças são as mais recentes feitas por Trump nesta semana.
Na quarta-feira, o Brasil também entrou na nova leva da guerra tarifária de Trump, com anúncio de que os produtos brasileiros serão taxados em 50% a partir da mesma data, caso o País não desista de julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro por golpe de Estado. O americano também alega, erradamente, que os EUA têm déficit comercial na relação, quando na verdade é o oposto.
A presidente mexicana disse confiar que se chegará a um acordo com o vizinho, e enfatizou que uma mesa de negociações foi aberta sexta-feira em Washington, entre autoridades dos dois países. No encontro, representantes dos Ministérios da Economia e das Relações Exteriores do governo mexicano foram informados sobre as novas tarifas, e reagiram afirmando que o acordo era injusto e que não concordavam com os termos. Ambos os ministérios explicaram que "o México já está em negociações" para chegar a um acordo sobre "uma alternativa" às tarifas "que proteja empresas e empregos em ambos os lados da fronteira".
Já a líder europeia criticou a taxação e foi enfática ao dizer que o bloco tomará "todas as medidas necessárias" para resguardar os interesses da UE, mas declarou que o bloco europeu deseja trabalhar em um acordo comercial com Washington.
"Seguimos dispostos a continuar o trabalho para um acordo antes de 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais se for necessário", declarou.
O republicano justificou as tarifas ao país vizinho como uma reposta à crise de fentanil que, segundo ele, tem sido causada em parte por uma suposta falha do México em combater o tráfico de drogas. "O México ainda não conseguiu parar os cartéis que tentam transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico", disse Trump no documento.
Já para o bloco econômico europeu, Trump diz que a ofensiva em taxas busca reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos com a União Europeia. "Entenda que os 30% estão muito abaixo do necessário para eliminar a disparidade do déficit comercial com a UE", escreveu o republicano.
Com a rodada tarifária deste sábado, 24 países e o bloco europeu já receberam as cartas em que o presidente dos EUA, Donald Trump, informa as alíquotas impostas a cada economia estrangeira. A previsão é de que as cobranças comecem em 1º de agosto, mas Trump deixou aberta a possibilidade de negociações, mas também ameaça elevar as tarifas se os governos adotarem retaliação.

Além das cartas, há ainda países que fecharam acordo comercial com os EUA. É o caso do Reino Unido, que enfrentará uma sobretaxa de 10%, mas terá benefícios em alguns setores. O Vietnã terá tarifa de 20% sobre quase todos os produtos, bem abaixo da alíquota de 46% prevista em abril. Já a China negociou uma redução tarifária de 145% para 55%.

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