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Publicada em 10 de Julho de 2025 às 17:45

Putin dobra aposta com novo mega-ataque à Ucrânia, mirando Kiev

Kiev acordou sob um denso manto de fumaça dos incêndios causados pelos ataques

Kiev acordou sob um denso manto de fumaça dos incêndios causados pelos ataques

OLEKSII FILIPPOV/AFP/JC
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Agências
Um dia após o maior ataque aéreo realizado na Guerra da Ucrânia, as forças de Vladimir Putin voltaram a lançar uma quantidade enorme de drones e mísseis contra o vizinho nesta quinta (10), mirando principalmente Kiev.
Um dia após o maior ataque aéreo realizado na Guerra da Ucrânia, as forças de Vladimir Putin voltaram a lançar uma quantidade enorme de drones e mísseis contra o vizinho nesta quinta (10), mirando principalmente Kiev.
A capital ucraniana acordou sob um denso manto de fumaça dos incêndios causados pela salva, que durou boa parte da madrugada, como os anteriores. Ao menos duas pessoas morreram no ataque, que envolveu 397 drones e 18 mísseis, dos quais a Força Aérea local disse ter abatido 368 e 13, respectivamente.
Na quarta (9), foram 728 drones e 13 mísseis, recorde no conflito. A reportagem ouviu de pessoas com interlocução no Kremlin que a intensificação está relacionada a dois fatores principais.
Primeiro, a crença de Putin de que é possível exaurir as defesas de Volodymyr Zelensky. O vaivém americano no fornecimento de mísseis para sistemas Patriot e outros armamentos gerou mais do que insegurança em Kiev: provou que a Europa, por toda a retórica belicista e de reforço da Ucrânia, não tem fôlego industrial para tomar o lugar dos Estados Unidos no campo.
Assim, a ordem atual é de aumento da pressão. A Rússia acaba de inaugurar uma nova fábrica de drones de ataque no Extremo Oriente, em Khabarovsk, com capacidade mensal de produzir 10 mil aviões-robôs. Hoje, analistas estimam que Putin tenha à disposição qualquer coisa entre 2.500 e 5.000 modelos de ataque suicida todo mês.
Enquanto os ataques aéreos desgastam a população, com as usuais cenas do metrô de Kiev lotado de pessoas fugindo das explosões, em solo os russos avançam. Nesta semana, tomaram novas áreas no Leste e a primeira cidade na região de Dnipropetrovsk (centro-sul), que nem faz parte dos objetivos listados por Moscou na guerra.
Isso tudo tem animado a liderança russa, apesar de discretos alertas feitos dentro do governo sobre o risco de gerar uma expectativa fútil de vitória, não menos porque Moscou não aparenta capacidade militar hoje para dobrar Kiev de uma só vez, como não teve quando invadiu o vizinho em 2022.

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