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Publicada em 18 de Junho de 2025 às 18:04

Senado da Colômbia aprova reforma trabalhista de Petro após tensões com presidente

Proposta agora aprovada unifica outras três iniciativas anteriores de Petro

Proposta agora aprovada unifica outras três iniciativas anteriores de Petro

Daniel Munoz/AFP/JC
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Agências
Após quase dez horas de um intenso debate, a reforma trabalhista proposta pelo presidente Gustavo Petro conseguiu passar pelo plenário do Senado da Colômbia. Nos próximos dias, o texto vai voltar para uma nova jornada de discussões na Câmara dos Deputados antes de passar para sanção presidencial.
Após quase dez horas de um intenso debate, a reforma trabalhista proposta pelo presidente Gustavo Petro conseguiu passar pelo plenário do Senado da Colômbia. Nos próximos dias, o texto vai voltar para uma nova jornada de discussões na Câmara dos Deputados antes de passar para sanção presidencial.
Nesta terça-feira (17), os senadores aprovaram a proposta em uma sessão plenária que discutiu 77 artigos - desses, sete foram eliminados. O processo deve ser concluído até a sexta-feira (20), quando o texto final será conciliado com o que foi aprovado na Câmara.
Com 57 votos a favor e 31 contra, os senadores aprovaram o Projeto de Lei nº 311 de 2024, que busca redefinir as condições de trabalho dos colombianos. A proposta agora aprovada unifica outras três iniciativas anteriores de Gustavo Petro e que foram derrotadas no Legislativo.
Para destravar a reforma, Petro chegou a propor que as mudanças fossem aprovadas por meio de uma consulta popular. A autorização para isso, no entanto, foi negada pelo Senado no mês passado. O presidente acusou os senadores de fraude à época e a oposição disse que Petro estava colocando a população contra o Legislativo.
"Na segunda vez que a Reforma Trabalhista foi debatida, sabemos que a Sétima Comissão do Senado, com oito senadores, decidiu que ela não seria debatida, todo o consenso alcançado na Câmara dos Deputados foi perdido, e eles deveriam explicar esse fracasso ao país. Mas o que salvou essa reforma foi que decidimos realizar a consulta popular e o povo nas ruas a apoiou", relembrou o presidente em uma reunião ministerial nesta terça-feira.
Após a discussão dos senadores, um dos pontos polêmicos, o artigo que visava maior proteção para mães grávidas e trabalhadores próximos de se aposentar foi suprimido, com o argumento de que já existem proteções no Código de Processo do Trabalho. Outros dois artigos também foram eliminados por serem considerados redundantes.
O Senado também rejeitou a inclusão de novos artigos durante o debate, temendo que isso complicasse e atrasasse ainda mais o processo legislativo. "A Câmara se posicionou a favor das reformas sociais do governo e da população, e o Senado, com uma pequena maioria, começa a reagir a favor", escreveu Petro em suas redes sociais durante a votação.
O debate também foi marcado por acusações de um suposto acordo entre os governistas e senadores para acelerar a aprovação, o que o ministro do Trabalho, Antonio Sanguino, nega que tenha ocorrido. "Foi uma dura batalha, mas hoje demos um passo histórico em direção ao trabalho digno e decente", publicou Sanguino em suas redes sociais.

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