O Irã pediu nesta segunda-feira (16) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que force Israel a estabelecer um cessar-fogo e interromper o confronto que começou na última sexta-feira (13), após as forças israelenses intensificarem os bombardeios contra cidades iranianas e terem declarado dominar o espaço aéreo do país persa.
"Se o presidente Trump for genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em interromper essa guerra, os próximos passos serão consequentes", disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, em uma postagem no X. "Israel deve interromper sua agressão e, na ausência de uma interrupção total da agressão militar contra nós, nossa resposta continuará. Basta um telefonema para amordaçar alguém como Benjamin Netanyahu. Isso pode abrir caminho para um retorno à diplomacia".
Mais cedo, o Irã havia pedido aos governos de Catar, Arábia Saudita e Omã que pressionem o Trump a usar sua influência sobre Israel para fazer com que o país concorde com um cessar-fogo imediato com o Irã em troca de flexibilidade iraniana nas negociações nucleares, segundo fontes iranianas e regionais à agência Reuters. Os países do Golfo estão profundamente preocupados com a possibilidade do conflito sair do controle, afirmou outra fonte.
Enquanto isso, o quarto dia da guerra aérea viu uma intensa troca de fogo ente os rivais. Mísseis iranianos mataram oito civis e deixaram outros 100 feridos nesta segunda, enquanto Teerã diz que a ampliação da ofensiva de Tel Aviv deixou mais 45 mortos no país.
Ainda nesta segunda, Israel bombardeou a sede da emissora estatal do Irã, interrompendo uma transmissão ao vivo e deixando o prédio da TV em chamas, segundo vídeos e imagens do local. A apresentadora que falava no momento do ataque foi identificada pela imprensa estatal iraniana como Sahar Emani. Ela criticava Tel Aviv quando foi interrompida pelo som de uma explosão que sacudiu o prédio, seguida de gritos. A emissora retomou a transmissão e mostrou o prédio em chamas sob nuvens de fumaça.
Pouco antes do ataque, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que a televisão e a rádio estatais iranianas estavam "prestes a desaparecer", e o Exército fez um alerta para esvaziar a região onde fica o estúdio, no nordeste de Teerã. "Atacaremos o ditador iraniano em todos os lugares", disse ele, classificando o canal como fonte de "propaganda e incitação".
Até a noite de domingo havia 224 mortos no Irã, país com dez vezes mais população que Israel. O novo balanço leva a conta a 269 pessoas, mas a menor transparência da teocracia como sociedade torna mais difícil aferir a precisão do dado.