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Publicada em 03 de Junho de 2025 às 16:28

Kiev escala guerra e ataca ponte da Crimeia

Tráfego foi interrompido no local, mas retomado no fim do dia

Tráfego foi interrompido no local, mas retomado no fim do dia

UKRAINIAN SECURITY SERVICE/AFP/JC
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Agências
Dois dias depois do mais audacioso ataque de Kiev na Guerra da Ucrânia, forças de Volodimir Zelensky alvejaram pela terceira vez no conflito a ponte da Crimeia, símbolo da anexação da península por Vladimir Putin em 2014. Além disso, os ucranianos deixaram ao menos 700 mil pessoas sem energia em duas regiões ocupadas pelos russos no sul do país, Kherson e Zaporíjia.
Dois dias depois do mais audacioso ataque de Kiev na Guerra da Ucrânia, forças de Volodimir Zelensky alvejaram pela terceira vez no conflito a ponte da Crimeia, símbolo da anexação da península por Vladimir Putin em 2014. Além disso, os ucranianos deixaram ao menos 700 mil pessoas sem energia em duas regiões ocupadas pelos russos no sul do país, Kherson e Zaporíjia.
A ação na ponte ocorreu às 4h44min desta terça (noite de segunda no Brasil) e envolveu 1.100 kg de explosivos subaquáticos, segundo postagem do Serviço Secreto da Ucrânia. Os danos foram pequenos à primeira vista, mas a agência diz que há comprometimento estrutural em um pilar.
O tráfego foi interrompido, mas retomado no fim do dia. Já o movimento de embarcações comerciais foi suspenso em torno de Sebastopol, a principal cidade crimeia, que fica do outro lado da península. Em 2023, a ponte foi atacada duas vezes, e numa delas ficou bastante danificada. Ela é vital para o fornecimento de mantimentos e provisões militares às forças estacionadas na Crimeia, anexada como retaliação pela derrubada do governo pró-Moscou em Kiev.
A passagem pela obra desde então é cercada de cuidados. Passageiros de trens têm de ficar sentados com cortinas fechadas durante a travessia, para evitar chamar a atenção e também visando evitar alguma coordenação com os ucranianos.
Já o blecaute ocorreu após um ataque com drones na madrugada, noite de segunda (2) no Brasil. Foi o maior apagão do gênero no conflito até aqui, e mais um sinal da escalada de lado a lado desde que os Estados Unidos forçaram a negociação entre os rivais.
Segundo a estatal russa de energia atômica, Rosatom, por ora não há risco para a usina nuclear de Zaporíjia, ocupada desde 2022 pelos russos. A planta, a maior da Europa, está sem produzir energia comercialmente, mas depende de eletricidade para a manutenção de 1 de seus 6 reatores ainda ligados.
A situação está sendo mantida estável com geradores, mas é complexa, segundo o presidente da empersa, Alexei Likhatchev, disse à agência RIA-Novosti. A usina é foco constante de temores de um acidente devido aos combates na região.
Kherson está ocupada pelos russos salvo uma faixa ao Norte do rio Dniepr que inclui a capital homônima, assim como Zaporíjia. As duas regiões são menos russófonas do que o leste composto por Lugansk e Donetsk, foco da guerra civil de 2014 que está na origem da invasão de 2022, mas são vitais para Moscou.
Elas formam a ponte terrestre entre a Rússia continental e a preciosa península da Crimeia. Antes, a conexão era marítima ou pela vulnerável ponte rodoferroviária aberta em 2018.
As ações levaram ao temor da retaliação russa. A Ucrânia decretou e depois suspendeu alerta aéreo em todo o país devido ao risco de lançamento de mísseis Orechnik, a nova arma que Putin empregou uma vez contra o país em novembro. Trata-se se de um modelo balístico com múltiplas ogivas, desenhado para guerras nucleares, mas adaptado para o combate convencional.
Na mão inversa, a Rússia matou ao menos duas pessoas em Sumi, capital da região homônima que está sob ataque no Norte ucraniano. Zelensky chamou a ação de criminosa e voltou a pedir aos EUA novas sanções contra Moscou.

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