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Publicada em 30 de Maio de 2025 às 17:41

Após Netanyahu aceitar trégua dos EUA, Hamas exige alteração da proposta

Proposta de Witkoff inclui a retirada das tropas israelenses das áreas capturadas desde o último cessar-fogo

Proposta de Witkoff inclui a retirada das tropas israelenses das áreas capturadas desde o último cessar-fogo

Andrew Harnik/Getty Images via AFP/JC
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Agências
O enviado especial da Casa Branca Steve Witkoff apresentou nesta quinta-feira (28) a israelenses e palestinos uma nova versão do plano americano para libertação dos reféns e cessar-fogo na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, aceitou antes mesmo de a proposta ser enviada ao Hamas, que exigiu alterações no texto, considerado tendencioso por ele.
O enviado especial da Casa Branca Steve Witkoff apresentou nesta quinta-feira (28) a israelenses e palestinos uma nova versão do plano americano para libertação dos reféns e cessar-fogo na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, aceitou antes mesmo de a proposta ser enviada ao Hamas, que exigiu alterações no texto, considerado tendencioso por ele.
"Posso confirmar que Witkoff e o presidente apresentaram um plano de cessar-fogo, que Israel aprovou antes de ele ser enviado ao Hamas", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. "Posso confirmar também que as discussões estão em curso e esperamos que seja alcançado um cessar-fogo para trazermos todos os reféns de volta para casa."
Segundo a imprensa israelense, Netanyahu comunicou às famílias dos reféns que havia aceitado a proposta americana. Na quinta (29), o primeiro-ministro reuniu-se com seu gabinete para discutir o plano, antecipando-se a uma reação negativa dos ministros de extrema direita Itamar Ben-Gvir, da Segurança Interna, e Bezalel Smotrich, das Finanças.
O Hamas também confirmou ter recebido a proposta americana, dizendo que "analisaria os termos de forma responsável". O grupo, no entanto, segundo fontes citadas pela imprensa israelense, considerou o novo plano favorável demais a Israel e teria exigido mudanças. No início da noite de ontem, circulou um rumor de que os palestinos haviam aceitado a trégua, mas o Hamas desmentiu a informação.
A proposta não foi oficialmente divulgada, mas o jornal The Jerusalem Post e as agências Associated Press e France-Presse publicaram alguns detalhes. O plano envolve uma trégua de 60 dias, prorrogável por mais 10. Além disso, inclui a libertação, durante a primeira semana, de 10 reféns e a entrega dos corpos de outros 9, em troca de mais de mil prisioneiros palestinos detidos em Israel. A primeira troca seria seguida por uma outra, na segunda semana, envolvendo o mesmo número de reféns e corpos.
No total, 58 reféns ainda estão em Gaza - desses, 35 estariam mortos. Ao final dos 60 dias de trégua - ou dos 70, se ela for estendida -, Israel teria direito a retomar os combates, se assim o desejar, de acordo com a proposta de Witkoff, que inclui a retirada das tropas israelenses das áreas capturadas desde o último cessar-fogo.
Na semana passada, o Hamas havia concordado com duas trocas nos mesmos termos, mas uma na primeira semana da trégua e outra na última semana, de acordo com fontes citadas pela France-Presse.
Por isso, o Hamas considerou o novo plano americano como um recuo em relação à proposta anterior de Witkoff, que teve o sinal verde dos palestinos. A oferta incluía um compromisso dos EUA com a negociação de um cessar-fogo permanente.
"É difícil para o Hamas aceitar uma nova proposta que não inclua garantias americanas de negociações para um cessar-fogo definitivo durante a trégua", disse a fonte, que pediu anonimato à agência.

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