O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (30) que o bilionário Elon Musk "não está realmente deixando o governo", apostando que ele voltará a atuar na sua gestão. A declaração foi dada em entrevista de Trump ao lado de Musk no último ato do empresário -pelo menos por ora - como um integrante no Salão Oval da Casa Branca.
"Musk não está indo embora do governo. Ele vai voltar, eu tenho um pressentimento. O Doge é o bebê dele", disse Trump. Ainda que deixe o cargo de funcionário especial da gestão Trump, onde liderou o Doge (Departamento de Eficiência Governamental), criado sob medida para o empresário, Musk ainda deve manter influência na administração federal, apostam observadores de sua atuação.
Nesta sexta, o bilionário afirmou que pretende continuar à disposição do presidente americano para o que ele precisar. "Eu espero continuar a dar conselhos sobre o que o presidente quiser. Espero continuar um amigo e um conselheiro. O que o presidente quiser que eu faça, eu estou à disposição", afirmou Musk.
Membros da equipe levada pelo empresário ao governo, cuja relação completa nunca foi tornada pública, foram contratados para atuar em agências federais, segundo apuração da revista Wired. O próprio Trump disse nesta sexta que Musk está a maioria da sua equipe no governo. "Esse não é o fim do Doge, é o começo dele. O time do Doge só vai crescer e ficar forte com o tempo", disse Musk nesta sexta.
Pela lei, as pessoas que ingressaram como servidores especiais, caso do bilionário, só podem ocupar a função por 130 dias, completadas nesta sexta. Dessa forma, alguns conseguiram estender a permanência. Sua saída ocorre após o dono do X e da Tesla acumular uma série de polêmicas e tornar-se alvo de protestos nos EUA e no mundo. O bilionário se aproximou de Trump durante a campanha presidencial.
Além de ter feito campanha agressiva, o bilionário foi um dos principais doadores do republicano na campanha. Como coroação, ingressou como uma espécie de conselheiro do presidente para evitar acusações formais de conflitos de interesse - ainda que eles permanecessem. Musk acumulou nos últimos 10 anos mais de US$ 15 bilhões em contratos com o governo americano, o que o impediria de ocupar um cargo formalmente, a não ser que ele decidisse abrir mão das empresas.
Sob a justificativa de cortar gastos da máquina pública, encampou a demissão de centenas de milhares de funcionários públicos. Teve acesso sem precedentes a informações sensíveis do Executivo e, por isso, foi contestado na Justiça diversas vezes.
O bilionário teve ainda uma derrota política ao envolver-se na disputa por uma cadeira na Suprema Corte de Wisconsin. Empresas ligadas a ele fizeram a maior doação da história para uma eleição do tipo, X milhões, tornando-a a corrida mais cara por uma cadeira de tribunal e, mesmo assim, viu seu candidato conservador sair derrotado.
Agências