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Publicada em 26 de Maio de 2025 às 19:13

Vladimir Putin prepara nova ofensiva contra a Ucrânia

Trump (c) não poupou críticas a Volodimir Zelensky  (e) e a Putin (d)

Trump (c) não poupou críticas a Volodimir Zelensky (e) e a Putin (d)

/AFP/JC
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Agências
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Vladimir Putin "ficou completamente louco" após os maiores ataques aéreos em sua guerra contra a Ucrânia, ocorridos de sábado (24) para cá.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Vladimir Putin "ficou completamente louco" após os maiores ataques aéreos em sua guerra contra a Ucrânia, ocorridos de sábado (24) para cá.
Segundo três pessoas do entorno do Kremlin e do Ministério da Defesa da Rússia, o líder americano talvez precise ir além da postagem na rede Truth Social: Putin está preparando uma ofensiva de grandes proporções para o verão do Hemisfério Norte, no mês que vem.
A tensa dinâmica está estabelecida no momento em que os russos prometem apresentar sua proposta de acordo de paz com o vizinho invadido em 2022, enquanto Kiev exige um cessar-fogo imediato que Trump desistiu de apoiar.
Na madrugada de sábado para domingo (25), Putin promoveu o maior bombardeio da guerra, com 367 drones e mísseis empregados, matando 12 pessoas. Após dizer que "não estava feliz" e que não sabia o "que diabos aconteceu com ele" a repórteres, Trump voltou à carga.
"Eu sempre tive uma relação muito boa com Vladimir Putin, mas algo aconteceu com ele. Ele ficou completamente louco. Ele está matando um monte de gente sem necessidade, e não só soldados", escreveu na rede.
"Eu sempre disse que ele quer toda a Ucrânia, não só um pedaço dela, e talvez isso esteja me provando certo. Mas se for assim, isso levará à queda da Rússia!", afirmou, ignorando o alinhamento que demonstrou às motivações de Putin nos últimos meses.
Trump não poupou o presidente Volodimir Zelensky, "que não está ajudando seu país falando da forma como ele fala". "Tudo o que sai da sua boca causa problemas, eu não gosto disso, ele deveria parar", escreveu, em referência à crítica feita pelo ucraniano ao americano no domingo, quando ele disse que o "silêncio dos EUA" encorajava Putin.
Aos jornalistas, Trump disse que os EUA poderiam considerar endurecimento de sanções aos russos, algo que a União Europeia e o Reino Unido já fizeram na semana passada. Até aqui, ele dizia ser contra essas medidas. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse esperar que o americano "traduza palavras em ações" pois teria entendido que "Putin mentiu para ele".
Na madrugada desta segunda, o russo seguiu com o que o Kremlin chamou de retaliação pela grande onda de ataques de drones da Ucrânia, que somaram mais de 1.500 aparelhos derrubados na Rússia desde a segunda, dia 19.
Putin repetiu a dose do domingo, lançando 364 drones e mísseis. O ataque não deixou mortos e foi menos destruidor porque, diferentemente da véspera, quando foram usados 69 mísseis, mais eficazes e de difícil interceptação, nesta segunda foram 9 -e nenhum balístico, os mais perigosos.
Segundo a reportagem ouviu em Moscou, até aqui o presidente está convencido de que pode negociar aumentando a pressão militar. Uma pessoa próxima do Kremlin disse que a cúpula militar acredita ser possível completar a conquista dos quatro territórios anexados ilegalmente em 2022 e avançar no Norte do país.
O Kremlin adotou o sangue-frio nesta segunda. Questionado sobre a fala de Trump, o porta-voz Dmitri Peskov apenas agradeceu aos EUA pelos esforços em favor da paz na região, e voltou a dizer que os ataques foram apenas uma medida de autodefesa tomada por Putin.
Zelensky não se intimidou e também manteve a agressividade, dentro dos limites de suas capacidades. Seguiu a campanha de ataques com drones nesta segunda, com a Rússia dizendo ter derrubado 96 aparelhos, sendo obrigada a fechar os quatro aeroportos de Moscou temporariamente -uma rotina que tem causado caos aéreo no país.
 

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