Um dia após ver seu candidato ficar em primeiro lugar na eleição legislativa da cidade de Buenos Aires, Javier Milei se voltou para um problema que afeta o seu o governo há três meses. Com um decreto, ele eliminou a unidade especial criada há três meses para investigar a suposta fraude com a criptomoeda $Libra, que teve o presidente argentino como principal promotor.
Passado o processo eleitoral, o governo publicou na terça-feira (20) o decreto 332, assinado por Milei e pelo ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona. O governo não apresentou resultados, e o texto limita-se a comentar que a Unidade de Tarefas de Investigação foi suprimida "uma vez concluída a sua tarefa".
Diferentes grupos da oposição a Milei criticaram um decreto presidencial e afirmaram que irão buscar o avanço da comissão no Congresso para investigar o caso $Libra, mesmo com tentativas de atrasar o processo por parte do governo. Até agora, os libertários têm conseguido dificultar os trabalhos da comissão.
Além de Cúneo Libarona, o governo conseguiu bloquear a convocação do ministro Luis Caputo (Economia) pelos parlamentares. Além disso, negociou para que Karina, irmã de Milei e secretária-geral da Presidência, suspeita de estar envolvida no caso, não fosse chamada.
O único convocado pelos parlamentares até agora foi o chefe de Gabinete de Milei, Guillermo Francos, que conseguiu passar pela interpelação sem comprometer o presidente ou o seu entorno.
Nesta quarta-feira (21), a sessão dos deputados para tentar desbloquear a comissão de investigação $Libra caiu por falta de quórum. Às 12h30min, após meia hora de tolerância, o presidente da Câmara, Martín Menem, encerrou a sessão quando o conselho mostrou 124 presentes - era preciso ter 129 para iniciar o debate.
Fora do controle do governo, no entanto, o escândalo continua sendo investigado em tribunais na Argentina e nos Estados Unidos.
Agências