O Brasil manteve na declaração do G20 o apoio à igualdade de gênero e taxação de bilionários, apesar das pressões da Argentina. O G20 vai apoiar, em sua declaração, "nosso comprometimento total com igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas". Na versão, consta a observação, indicando a oposição da Argentina.
Em linguagem diplomática, quando se usam colchetes, significa que algum país ainda está em consultas sobre o tema, ou seja, ainda não há consenso. Um dos trechos a que o governo de Javier Milei se opôs condenava todas as formas de discriminação contra mulheres e meninas e reafirmava o "compromisso de acabar com a violência de gênero, incluindo a violência sexual, e de combater a misoginia online e offline". A Argentina também não quis apoiar o trecho que defendia "igualdade de gênero no trabalho".
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Na semana passada, a Argentina foi o único país a votar contra uma resolução da ONU não vinculante que condenava a violência contra mulheres. Irã, Coreia do Norte e Rússia se abstiveram.
No parágrafo sobre taxação dos chamados super-ricos, a declaração se compromete a se engajar de forma produtiva para garantir que que indivíduos com patrimônio ultra elevado sejam tributados de forma efetiva. A menção à taxação está em colchetes, com referência à Argentina.
Outro tema vetado por Buenos Aires que entrou na versão final da declaração foi o endosso da Agenda 2030 da ONU. O texto relata que as Metas de Desenvolvimento Sustentável (SDG) da Agenda 2030 devem ser atingidas em apenas 6 anos e que há "progresso mínimo" por enquanto.
Folhapress