Um dia após ser indiciado pela Justiça por supostas agressões contra a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, o ex-presidente da Argentina Alberto Fernández renunciou nesta quinta-feira (15) à liderança do Partido Justicialista. O peronista, que nega as acusações, justificou a decisão sob o argumento de que a legenda deve ser preservada diante do que ele chamou de linchamento midiático.
O Ministério Público argentino acusou Fernández, na véspera, de lesões graves, ameaças e abuso de poder. As denúncias foram formalizadas depois que a ex-primeira-dama prestou depoimento na última terça-feira.
Fernández já havia se afastado da presidência de seu partido em março, após virar alvo de duas investigações por desvio de verbas durante seu mandato à frente do país. Nesta quinta, pressionado até por aliados, ele apresentou uma carta à liderança da legenda para formalizar a renúncia em definitivo.
"Tenho o dever e a necessidade de manifestar que a decisão foi tomada com o único propósito de não envolver o partido, em que eu sempre militei, nos fatos que me são falsamente acusados", escreveu Fernández na carta, segundo o jornal argentino La Nacion.
"Espero que nenhum estilhaço do linchamento midiático do qual estou sujeito possa prejudicar este partido em que militam homens e mulheres que tanto fazem pela igualdade de gênero e pelo respeito à diversidade", acrescentou.
O escândalo ganhou projeção internacional no último dia 8 de agosto, quando o portal Infobae publicou fotos de Fabiola machucada, nos olhos e nos braços, após as supostas agressões de Fernández. A própria ex-primeira-dama teria enviado as imagens ao ex-presidente por um aplicativo de mensagens.
Folhapress
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