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Publicada em 19 de Junho de 2024 às 20:32

Lula está do lado certo da história sobre a guerra em Gaza, diz Mauro Vieira

Mauro Vieira defendeu o petista, que tem sido criticado pelo discurso apontado como simpático à Rússia no conflito

Mauro Vieira defendeu o petista, que tem sido criticado pelo discurso apontado como simpático à Rússia no conflito

EVARISTO SA/AFP/JC
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Agência Estado
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (19), que decisões de órgãos internacionais de Justiça e manifestações de líderes globais a respeito da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, mostraram que o Brasil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão "do lado certo da história".
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (19), que decisões de órgãos internacionais de Justiça e manifestações de líderes globais a respeito da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, mostraram que o Brasil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão "do lado certo da história".
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Em audiência na Câmara dos Deputados, o chanceler também justificou a ausência do presidente Lula de uma conferência de paz na Suíça promovida no fim de semana para angariar apoio à Ucrânia contra a Rússia. Ele disse que esse modelo de reuniões "se esgotou".

A declaração ocorre depois de o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, queixar-se de que Lula se alia ao agressor e que o Brasil não segue princípios de países civilizados. No terceiro mandato, o petista tem sido criticado pelo discurso apontado como simpático à Rússia no conflito, além das declarações contra Israel e o governo de Binyamin Netanyahu.

Mauro Vieira falou em audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ele foi questionado principalmente por deputados da oposição, ligados à bancada evangélica e ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sobre o posicionamento oficial do Brasil e declarações do presidente Lula controversas a respeito das guerras em Gaza e na Ucrânia. O presidente da comissão, Lucas Redecker (PSDB-RS), disse que o presidente se mostrava mais pró-Rússia e pró-Palestina.

Embora estivesse em viagem à Europa, Lula recusou convite para a cúpula sob o argumento de que os russos deveriam estar presentes. O petista chegou a dizer que os presidentes Volodmir Zelenski e Vladimir Putin, da Rússia, não negociam porque "estão gostando da guerra".

O Brasil enviou a Lucerna a embaixadora do Brasil em Berna, Cláudia Fonseca Buzzi, na condição apenas de observadora. A declaração final em defesa da "integridade territorial" ucraniana como base para um acordo foi abrandada e assinada por 80 países - menos do que Kiev almejava. Putin exige ficar com territórios que ocupou há dois anos - Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.

"O presidente Lula de forma alguma tem um aliado incondicional de um lado ou de outro, não é esse o caso", disse o ministro, ponderando, no entanto sobre a relevância comercial da relação com os russos - houve um recorde de US$ 11 bilhões no ano passado registrado na balança.

Desde o ano passado, o governo Lula participou - por meio de diplomatas e da assessoria internacional de Lula, capitaneada pelo ex-chanceler Celso Amorim - de reuniões com atores internacionais e conferências de interesse da Ucrânia em Paris, Riad, Davos e Copenhague. Amorim também viajou a Moscou e a Kiev.

Para Vieira, o formato proposto pela Ucrânia se configura em uma espécie de "monólogo" por não ter representantes de Moscou. "Nossa posição é que esse tipo de reunião se esgotou. Não faz sentido continuar repetindo o mesmo tipo de discussão baseado sempre na oposição de um dos lados. É chegado o momento de que ambos os lados se sentem à mesma mesa e haja o início de uma negociação de paz", afirmou o chanceler.

O chefe do Itamaraty defendeu a proposta comum de negociação, apresentada por Brasil e China. Segundo o ministro, cerca de 40 países aderiram ao texto, que não inclui a retirada das tropas russas, nem condena a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A proposta fala em desescalada de tensões e na não expansão do campo de batalha.
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Ao fim da reunião na suíça, Zelenski ironizou a proposta sino-brasileira. Ele afirmou que "ficaria feliz" em ouvir opiniões dos países "mesmo que não coincidam com a maioria do mundo", assim que aderissem aos princípios de "países civilizados".


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