O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, completa seis meses nesta segunda envolto em incertezas sobre a aprovação de uma legislação central em sua agenda econômica. Conforme relatos de múltiplos veículos da imprensa local, a chamada Lei de Bases chega ao Senado com uma margem apertada de votos.
No final de semana, o chefe de gabinete do país, Guillermo Francos, evitou declarar diretamente se espera a aprovação da matéria. Francos explicou que a oposição detém 33 senadores e poderia bloquear a pauta se obtiver o apoio de pelo menos quatro parlamentares. "Vamos saber no dia da votação", afirmou.
Segundo o jornal Clarín, o governo contabiliza ter assegurado 36 votos a favor da proposta. O fiel da balança será o partido União Cívica Radical, de Martín Lousteau, que ainda não indicou como votará. Em uma coletiva de imprensa ontem, o porta-voz do governo, Manuel Adorni, afirmou que a equipe econômica conseguiu resultados "excelentes" com os instrumentos disponíveis e que os próximos passos dependem do avanço de leis. "Resta encarar as reformas estruturais que demandam os votos do Congresso", comentou.
Seis meses após assumir o comando da Argentina ao ser eleito com 55,7% dos votos, Milei mantém sua base de apoio; vê a inflação cair consecutivamente e recebe elogios do FMI (Fundo Monetário Internacional); tem suas propostas travadas no Congresso e conduz um arrocho radical que trouxe a queda no poder de compra. É uma escolha entre ver o copo meio cheio ou meio vazio.
Mas a sensação para quem lê o noticiário sobre o presidente é de que Milei viveu esses meses com um pé fincado na Casa Rosada e o outro nos aeroportos. O economista registra recorde de viagens ao exterior nestes primeiros meses de mandato. Foram oito até aqui, cinco delas aos Estados Unidos. Nenhuma aos países vizinhos.
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