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Publicada em 22 de Abril de 2024 às 17:42

Chefe da inteligência militar de Israel renuncia

General Aharon Haliva (d) assumiu falhas que levaram a ataques do Hamas

General Aharon Haliva (d) assumiu falhas que levaram a ataques do Hamas

GOVERNO DE ISRAEL/DIVULGAÇÃO/JC
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Folhapress
O chefe da inteligência militar de Israel, o general Aharon Haliva, demitiu-se nesta segunda-feira (22) após assumir sua responsabilidade no ataque do Hamas contra o sul do país no dia 7 de outubro, que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza.
O chefe da inteligência militar de Israel, o general Aharon Haliva, demitiu-se nesta segunda-feira (22) após assumir sua responsabilidade no ataque do Hamas contra o sul do país no dia 7 de outubro, que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza.
Primeiro político ou militar de alto escalão de Israel a renunciar desde o atentado, Haliva deixou o cargo após 38 anos de carreira na corporação por seu papel nas falhas de segurança que permitiram a invasão do grupo terrorista. Ele sairá do posto assim que um substituto for nomeado, segundo o Exército.
Outros agentes, como o chefe da agência de segurança, Shin Bet, também reconheceram sua responsabilidade, mas nenhum mencionou uma possível demissão. Apesar disso, é esperado que muitos deixem o cargo quando a tensão regional diminuir, segundo o jornal Times of Israel.
O conflito, aliás, foi a justificativa para Haliva não renunciar quando assumiu os erros de segurança pela primeira vez, dez dias após o ataque. "A Direção de Inteligência Militar, sob meu comando, falhou em avisar sobre o ataque terrorista do Hamas", afirmou ele no dia 17 de outubro do ano passado. "Falhamos na nossa missão mais importante, e como chefe da Diretoria de Inteligência Militar, assumo total responsabilidade pelo erro."
Agora, seis meses após o atentado, o general apresenta sua renúncia no momento em que uma comissão de inquérito investiga por que o Exército não conseguiu se defender do Hamas. "A direção de inteligência sob o meu comando não cumpriu a sua tarefa. Carrego aquele dia comigo desde então, todos os dias, todas as noites. Suportarei para sempre a terrível dor da guerra", disse ele na carta endereçada ao chefe do Estado-Maior do Exército, o tenente-general Herzi Halevi.
O ataque de 7 de outubro, o mais grave contra Israel desde a criação do país, em 1948, causou cerca de 1.200 mortos, segundo Tel Aviv, a maioria formada por civis. Em retaliação, o Estado judeu prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva militar que até agora deixou 34.151 mortos, principalmente mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.
Depois de mais de seis meses de bombardeios e combates em Gaza, cuja população sofre uma grave crise humanitária, Halevi, aprovou, no último domingo (21) "as próximas etapas da guerra", anunciou o porta-voz do exército, Daniel Hagari.
No mesmo dia, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, prometeu desferir "golpes mais duros" contra o grupo terrorista. "Aumentaremos a pressão militar e política sobre o Hamas, pois é a única forma de libertar os nossos reféns e alcançar a nossa vitória", declarou o político, que chefia o gabinete mais à direita da história de Israel, em um vídeo.
O premiê continua defendendo uma ofensiva terrestre em Rafah, cidade no extremo Sul de Gaza onde 1,5 milhão de pessoas se refugiam do conflito. Organizações humanitárias e grande parte da comunidade internacional se opõem à operação, temendo um banho de sangue nessa região próxima da fronteira fechada com o Egito.

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