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Publicada em 16 de Novembro de 2023 às 18:41

Argentina define presidente neste domingo

Massa e Milei duelam voto a voto neste domingo para definir quem comandará o país nos próximos quatro anos

Massa e Milei duelam voto a voto neste domingo para definir quem comandará o país nos próximos quatro anos

JUAN MABROMATA E LUIS ROBAYO/AFP/JC
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Agências
Em meio a uma das maiores crises econômicas do país, a Argentina escolhe neste domingo (19), o presidente que terá o desafio de comandar o país pelos próximos quatro anos. E o embate entre Sergio Massa e Javier Milei promete ser acirrado. Em doze pesquisas feitas até a suspensão da divulgação dos resultados, a diferença entre o peronista e o libertário não passa dos seis pontos percentuais. 
Em meio a uma das maiores crises econômicas do país, a Argentina escolhe neste domingo (19), o presidente que terá o desafio de comandar o país pelos próximos quatro anos. E o embate entre Sergio Massa e Javier Milei promete ser acirrado. Em doze pesquisas feitas até a suspensão da divulgação dos resultados, a diferença entre o peronista e o libertário não passa dos seis pontos percentuais. 
Pouca gente conhece tão bem os meandros da política argentina como Massa. Quase metade dos seus 51 anos foi vivida dentro de prédios e gabinetes públicos, onde o hoje ministro de uma economia em crise mantém um punhado de canais ligados constantemente para acompanhar as notícias, não raro enquanto fuma um cigarro.

Sergio Massa (51 anos) - Político que atualmente exerce o cargo de Ministro da Economia do país desde agosto de 2022. Ele é candidato presidencial pela coalizão de esquerda Unión pela Patria. Massa sempre foi mais à direita dentro do espectro do peronismo, quase de centro, tentando combinar as bases populares da Argentina com políticas mais à direita no campo econômico.

Sergio Massa (51 anos) - Político que atualmente exerce o cargo de Ministro da Economia do país desde agosto de 2022. Ele é candidato presidencial pela coalizão de esquerda Unión pela Patria. Massa sempre foi mais à direita dentro do espectro do peronismo, quase de centro, tentando combinar as bases populares da Argentina com políticas mais à direita no campo econômico.

LUIS ROBAYO/AFP/JC
A fama de volátil de Massa se consolidou nos últimos 15 anos, com suas idas e voltas do kirchnerismo. Depois de ocupar um dos cargos estatais mais importantes na gestão Néstor Kirchner - o de diretor da agência Anses -, que controla aposentadorias e pensões, Massa chegou à posição de chefe de gabinete de Cristina Kirchner, substituindo seu atual chefe, o presidente Alberto Fernández.
A boa relação com os "K" duraria até 2013, quando ele rompe com a dupla, junta-se ao chamado "grupo dos oito", formado por prefeitos - nessa época, ele administrava a cidade de Tigre - e funda o partido Frente Renovadora, pelo qual ganhou sua primeira eleição a deputado nacional. É então que ele cunha a expressão "larga avenida do meio", traduzindo sua intenção de formar uma maioria ampla sem distinção de ideologias, mas com coração peronista.
Quem conheceu Javier Milei apenas alguns anos atrás jamais poderia imaginar que hoje ele abraçaria multidões, encheria estádios e estaria a poucos passos de se tornar o próximo presidente da Argentina. Relações humanas não eram o forte da criança solitária, do adolescente agredido pelo pai e do adulto que via em seu cachorro seu único amigo.

Javier Milei (51 anos) - Economista líder da coalizão Liberdade Avança atraiu uma atenção significativa por parte do eleitorado argentino ao se apresentar como uma alternativa "diferente de tudo que está aí". Com seu lema de ser "contra a casta política", Milei enfatiza que não está alinhado nem com a política peronista nem com a oposição macrista.

Javier Milei (51 anos) - Economista líder da coalizão Liberdade Avança atraiu uma atenção significativa por parte do eleitorado argentino ao se apresentar como uma alternativa "diferente de tudo que está aí". Com seu lema de ser "contra a casta política", Milei enfatiza que não está alinhado nem com a política peronista nem com a oposição macrista.

LUIS ROBAYO/AFP/JC
Um personagem ou um excêntrico real? Para o jornalista Juan Luis González, que conversou com dezenas de pessoas de sua vida pregressa à política para a biografia não autorizada "El Loco", o Milei público e o privado "são a mesma pessoa, e justamente por isso funcionou".
Mas como Milei passou da criança solitária e do professor universitário a político influente? Para González, a resposta está em um nome: Eduardo Eurkenian, bilionário argentino dono do conglomerado de mídia e aeroportos Corporação América, para o qual o economista trabalhou por 13 anos.
Segundo o jornalista, o empresário é quem teria impulsionado as primeiras aparições midiáticas de Milei - na intenção de denegrir a imagem do então presidente Macri - e depois financiado sua candidatura a deputado, o que ambos negam. Mas o fenômeno saiu do controle de Eukernian quando Milei viralizou nas redes. Hoje o empresário chama o candidato de potencial ditador e critica suas ofensas ao papa Francisco.
Neste domingo, o argentino terá que escolher entre o ministro de economia volátil e o excêntrico político influente que não tem papas na língua.
 

Governo descongela câmbio e eleva cotação oficial do dólar, de 350 para 353,05 pesos

Após manter o câmbio congelado desde agosto, o governo da Argentina aumentou a cotação oficial do dólar na quarta-feira, de 350 pesos argentinos para 353,05 pesos, conforme relataram operadores a múltiplos veículos de imprensa locais.
O ajuste confirma os planos já anunciados pelo Ministério da Economia do país, de retomar o regime cambial de "crawling peg", em que a divisa se desvaloriza de maneira gradual em pequenos passos.
No mês passado, o secretário de política econômica do país, Gabriel Rubinstein, antecipou que a depreciação seria de 3% por mês. Segundo o jornal Clarín, as mudanças não necessariamente ocorrerão todos os dias e não deve haver previsibilidade no ritmo de alterações.
O dólar estava congelado em 350 pesos desde 14 de agosto, no dia seguinte às primárias das eleições presidenciais, em que o candidato ultraliberal Javier Milei ficou em primeiro lugar. No primeiro turno do pleito, o ministro da economia, Sergio Massa, surpreendeu e se recuperou ao primeiro posto.
 

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