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Guerra na Ucrânia

- Publicada em 22 de Novembro de 2022 às 18:04

Ucrânia prepara retirada de milhões de pessoas após ataques da Rússia à rede de energia

A Rússia tem direcionado os seus ataques à rede elétrica ucraniana

A Rússia tem direcionado os seus ataques à rede elétrica ucraniana


BULENT KILIC/AFP/JC
Conforme a Rússia investe em sua estratégia de utilizar o inverno do Hemisfério Norte como arma de guerra, a Ucrânia prepara a retirada de milhões de civis das regiões do sul, onde ataques a infraestruturas básicas de energia e água podem colocar em risco a vida dos ucranianos quando as temperaturas ficarem abaixo de zero. O governo já começou as retiradas na recém-recuperada Kherson e pretende fazer o mesmo em Mikolaiv. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), espera-se que até três milhões de ucranianos deixem suas casas neste inverno.Depois de sofrer importantes derrotas em ofensivas ucranianas que retomaram parte dos territórios do leste e do sul, incluindo a perda de Kherson que estava ocupada desde o início da guerra, a Rússia tem direcionado os seus ataques à rede elétrica e outras instalações críticas da Ucrânia. Os ataque têm provocado apagões generalizados e forçou o governo a programar interrupções de energia, mas conforme o inverno se aproxima, os temores de cortes prolongados de eletricidade, água e aquecimento aumentam.Irina Vereshchuk, vice-primeira-ministra da Ucrânia, disse em um comunicado no Telegram que o governo começou a ajudar os residentes a deixar Kherson e pelo menos um trem já partiu da cidade na noite de segunda-feira (21). O governo também está planejando ajudar a retirar os moradores de Mikolaiv, outra cidade com eletricidade e infraestrutura de aquecimento prejudicadas. Vereshchuk pediu que pessoas vulneráveis, incluindo idosos e aqueles com mobilidade reduzida, aproveitem a oferta do governo de transporte e abrigo gratuitos.Embora as autoridades locais estimem que apenas cerca de 80.000 pessoas permaneçam em Kherson - bem abaixo da população pré-guerra, de cerca de 250.000 - algumas começaram a retornar à cidade. Um fluxo constante de tráfego em direção a Kherson foi visto ao entardecer de domingo. Mas o inverno pode ser difícil, em Kherson e além.Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, expressou grande preocupação com os próximos meses. "O tempo frio pode matar", disse ele. O próximo inverno, acrescentou, "será sobre sobrevivência". Dez milhões de ucranianos estão atualmente sem eletricidade, e metade da infraestrutura de energia do país está danificada ou destruída, disse Kluge.A OMS espera que entre dois milhões e três milhões de ucranianos deixem suas casas em busca de calor e segurança neste inverno, disse Kluge. Não ficou claro, porém, se este número se refere a pessoas que devem deixar o país ou seguirão para outras partes da Ucrânia.Mais de 7,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia como refugiados desde fevereiro, de acordo com a agência de refugiados das Nações Unidas, o maior deslocamento de pessoas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Milhões de outros fugiram de suas casas, mas permaneceram no país.Os hospitais também estão enfrentando a ameaça adicional de escassez de energia, disse Kluge. A dificuldade que os moradores terão de acessar serviços de saúde confiáveis aumentou a preocupação da OMS com a disseminação do coronavírus e da gripe sazonal neste inverno.
Conforme a Rússia investe em sua estratégia de utilizar o inverno do Hemisfério Norte como arma de guerra, a Ucrânia prepara a retirada de milhões de civis das regiões do sul, onde ataques a infraestruturas básicas de energia e água podem colocar em risco a vida dos ucranianos quando as temperaturas ficarem abaixo de zero. O governo já começou as retiradas na recém-recuperada Kherson e pretende fazer o mesmo em Mikolaiv. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), espera-se que até três milhões de ucranianos deixem suas casas neste inverno.

Depois de sofrer importantes derrotas em ofensivas ucranianas que retomaram parte dos territórios do leste e do sul, incluindo a perda de Kherson que estava ocupada desde o início da guerra, a Rússia tem direcionado os seus ataques à rede elétrica e outras instalações críticas da Ucrânia. Os ataque têm provocado apagões generalizados e forçou o governo a programar interrupções de energia, mas conforme o inverno se aproxima, os temores de cortes prolongados de eletricidade, água e aquecimento aumentam.

Irina Vereshchuk, vice-primeira-ministra da Ucrânia, disse em um comunicado no Telegram que o governo começou a ajudar os residentes a deixar Kherson e pelo menos um trem já partiu da cidade na noite de segunda-feira (21). O governo também está planejando ajudar a retirar os moradores de Mikolaiv, outra cidade com eletricidade e infraestrutura de aquecimento prejudicadas. Vereshchuk pediu que pessoas vulneráveis, incluindo idosos e aqueles com mobilidade reduzida, aproveitem a oferta do governo de transporte e abrigo gratuitos.

Embora as autoridades locais estimem que apenas cerca de 80.000 pessoas permaneçam em Kherson - bem abaixo da população pré-guerra, de cerca de 250.000 - algumas começaram a retornar à cidade. Um fluxo constante de tráfego em direção a Kherson foi visto ao entardecer de domingo. Mas o inverno pode ser difícil, em Kherson e além.

Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, expressou grande preocupação com os próximos meses. "O tempo frio pode matar", disse ele. O próximo inverno, acrescentou, "será sobre sobrevivência". Dez milhões de ucranianos estão atualmente sem eletricidade, e metade da infraestrutura de energia do país está danificada ou destruída, disse Kluge.

A OMS espera que entre dois milhões e três milhões de ucranianos deixem suas casas em busca de calor e segurança neste inverno, disse Kluge. Não ficou claro, porém, se este número se refere a pessoas que devem deixar o país ou seguirão para outras partes da Ucrânia.

Mais de 7,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia como refugiados desde fevereiro, de acordo com a agência de refugiados das Nações Unidas, o maior deslocamento de pessoas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Milhões de outros fugiram de suas casas, mas permaneceram no país.

Os hospitais também estão enfrentando a ameaça adicional de escassez de energia, disse Kluge. A dificuldade que os moradores terão de acessar serviços de saúde confiáveis aumentou a preocupação da OMS com a disseminação do coronavírus e da gripe sazonal neste inverno.

Orientação é para poupar energia e estocar cobertores

A Ucrânia como um todo se prepara para um inverno congelante e com episódios de apagões que podem durar até março. O presidente Volodmir Zelensky pediu na segunda-feira aos residentes que limitem seu consumo de energia. "Todos os nossos funcionários e empresas devem ser muito moderados e distribuir o consumo por horas do dia", disse ele em seu discurso noturno à nação.

Sergei Kovalenko, CEO da fornecedora privada de energia DTEK Yasno, disse em um post no Facebook na segunda-feira que a empresa estava sob instruções da operadora de rede estatal da Ucrânia para retomar os apagões de emergência nas áreas que cobre, incluindo a capital Kiev e a região leste de Dnipropetrovsk. "Embora haja menos apagões agora, quero que todos entendam: muito provavelmente, os ucranianos terão que conviver com apagões até pelo menos o final de março", alertou.

"Acho que precisamos estar preparados para diferentes opções, mesmo as piores. Abasteça-se de roupas quentes, cobertores, pense no que vai ajudá-lo a esperar um longo período de paralisação", disse ele, dirigindo-se aos residentes ucranianos.

Segundo Kovalenko, mesmo que não haja mais ataques russos à rede elétrica ucraniana, serão necessárias interrupções programadas em toda a Ucrânia para garantir que a energia seja distribuída uniformemente pela rede elétrica danificada. Conforme Zelensky, os ataques com mísseis russos danificaram mais de 50% das instalações de energia do país.