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Publicada em 29 de Outubro de 2025 às 20:33

Mortos estavam amarrados e com marcas de facadas, relatam vizinhos do Complexo da Penha

De acordo a Defensoria Pública carioca, 132 pessoas morreram após a megaoperação contra o Comando Vermelho

De acordo a Defensoria Pública carioca, 132 pessoas morreram após a megaoperação contra o Comando Vermelho

Pablo PORCIUNCULA/AFP/JC
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Agências
Os corpos encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia pela comunidade do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, estavam amarrados e com marcas de facadas. Ao menos um corpo foi decapitado.
Os corpos encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia pela comunidade do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, estavam amarrados e com marcas de facadas. Ao menos um corpo foi decapitado.
Segundo a Associação de moradores da Penha, 72 corpos foram levados à Praça São Lucas. A associação conta com o apoio da OAB para fazer a contagem oficial. Ao menos dez carros deixaram a Praça para levar os corpos ao IML.
De acordo a Defensoria Pública carioca, 132 pessoas morreram após a megaoperação contra o Comando Vermelho. O balanço do governo do Rio, até a tarde de terça, contabilizava 64 mortes. Entretanto, nesta quarta, Cláudio Castro afirmou que oficialmente, foram contabilizados 58 mortes, sendo quatro policiais. Ele admitiu que o número irá mudar e só será definitivo após o término do trabalho da perícia.
Uma parente de um dos mortos, que preferiu não ser identificada, afirmou que havia corpos com "sinais de tortura", como cortes de faca e decapitados. "Tinha corpos sem cabeça, com marcas de faca", disse a moradora. A reportagem presenciou ao menos um corpo sem cabeça. "Não tinha necessidade de fazerem isso. Muita gente morreu. Eles só vêm para matar", afirmou outra moradora.
Em frente à fila de corpos, moradores relataram o desespero e a dor de encontrar parentes entre as vítimas. "Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui", afirmou a moradora que se identificou apenas pelo nome de Jéssica. "Vou falar o quê? Vou falar o que eu estou perguntando para todos. Governador, me responde o que é certo para você? Isso aqui não é certo. Você mandou para fazer essa chacina. Isso aqui não foi operação, isso foi chacina."
"Você não aguentaria um dia do que o favelado vive. Aqui tem trabalhador, aqui tem guerreiro. Tem bandido? Tem. Mas tem bandido melhor do que os de terno e gravata. Vocês matam com a caneta", reforçou Jéssica.
 

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