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Publicada em 03 de Outubro de 2025 às 19:34

Atraso na reforma do Colégio Júlio de Castilhos gera transtornos, afirma vice-diretor-geral da escola

Secretaria de Obras Públicas destaca que já emitiu notificações técnicas e administrativas desde a primeira ocorrência de atraso

Secretaria de Obras Públicas destaca que já emitiu notificações técnicas e administrativas desde a primeira ocorrência de atraso

THAYNÁ WEISSBACH/ARQUIVO/JC
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Luana Pazutti
Luana Pazutti
Em fevereiro de 2025, o governo do Rio Grande do Sul anunciou um investimento de R$ 3 milhões para recuperação geral do tradicional Colégio Estadual Júlio de Castilhos, mais conhecido como "Julinho". Oito meses depois, as reformas têm causado mais transtornos do que soluções. 
Em fevereiro de 2025, o governo do Rio Grande do Sul anunciou um investimento de R$ 3 milhões para recuperação geral do tradicional Colégio Estadual Júlio de Castilhos, mais conhecido como "Julinho". Oito meses depois, as reformas têm causado mais transtornos do que soluções
bastante preocupante o quadro das obras, porque logo depois da situação de calamidade que a educação pública vivenciou nas ondas de calor, o governador Eduardo Leite fez uma ação midiática e anunciou o início das obras. Só que elas não estão acontecendo no cronograma adequado", afirma o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL-RS), que denunciou os atrasos nas redes sociais na manhã desta sexta-feira (3). 
De acordo com o vice-diretor-geral da escola, Daniel Damiani, as reformas eram endereçadas, especialmente, a uma demanda bastante antiga da instituição: a manutenção do telhado, que enfrenta problemas constantes com goteiras. E os desafios estruturais não param por aí.
A gestão do Colégio Júlio de Castilhos ainda aponta para a necessidade de adequações nas redes hidráulica e elétrica do prédio. "A gente tem um afundamento no andar térreo por conta do escoamento incorreto da água da chuva. A questão da parte elétrica também. Temos poucos aparelhos de ar-condicionado na escola, e não há capacidade de colocar mais porque a rede elétrica não comporta", explica Damiani. 
O vice-diretor-geral afirma, contudo, que os serviços começaram pela "parte mais fácil", causando transtornos que, até então, não existiam. Atualmente, o terceiro andar do edifício está com todas as suas salas de aula e banheiros interditados
"São seis banheiros. Eles foram quebrando para fazer a modernização dos banheiros e a situação hoje é que nós estamos com todos os banheiros quebrados. Eles não concluíram. Da mesma forma, as salas de aula. A gente tinha salas de aula, talvez com a pintura desgastada, mas em condições de uso. As 14 salas de aula desse andar estão sem condições de uso, com as portas arrancadas", destaca. 
Segundo Damiani, a empresa terceirizada Cetus Construtora, contratada para a realização dos serviços, já enviou quatro equipes distintas para executar as obras. Em mais de um episódio, os trabalhadores não tinham os equipamentos adequados e precisaram pegar materiais emprestados da própria escola.
A falta de agilidade também preocupa. O deputado conta que, no dia em que visitou o colégio, havia apenas “dois trabalhadores envolvidos nas obras em um andar inteiro”. “É uma morosidade gigantesca”, ressalta Matheus.
A previsão para a conclusão da recuperação era de nove meses, entretanto, ainda está longe de ser concluída. “Uma obra mal fiscalizada e mal gerida gera um transtorno maior do que as dificuldades estruturais que já estavam ali colocadas", destaca o deputado.
Matheus critica ainda a falta de transparência entre a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul e a comunicação escolar. "Está faltando um diálogo para informar quais são as medidas que a Secretaria está tomando diante da empresa e tranquilizar a equipe diretiva da escola e toda a comunidade", aponta o deputado.
Em nota, a Secretaria de Obras Públicas (SOP) informa que a recuperação geral do Colégio Estadual Júlio de Castilhos inclui "intervenções em estruturas do prédio, nas paredes, nas esquadrias, nos pisos, no telhado e nas instalações elétricas".

A SOP destaca ainda que a Cetus Construtora já recebeu notificações técnicas e administrativas desde a primeira ocorrência de atraso. De acordo com a entidade, um processo para aplicação de multa já foi iniciado. "O governo do Estado tem capacidade para cumprir o fluxo de pagamentos pelos serviços executados e está agindo para que a obra transcorra no ritmo necessário", afirma a pasta.

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