Os efeitos da intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas começam a ser sentidos apenas entre 12h e 24h após o consumo, alerta o médico intensivista e chefe da UTI do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, Gregory Medeiros. “Isso é algo que atrapalha, pois nem sempre a pessoa faz a associação”, afirma o profissional, ressaltando que o Rio Grande do Sul não tem registro de casos até o momento.
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Entre os sintomas, estão dor de cabeça, visão borrada, sonolência, vômitos e dificuldade para respirar. “É como se fosse uma ressaca mais forte e desproporcional”, compara. Tão logo a pessoa suspeite da ingestão do produto — que não altera o sabor da bebida —, deve buscar um pronto-socorro.
“Na emergência, pode ser aplicado um antídoto na veia ou a realização de hemodiálise, capaz de filtrar o sangue e remover a substância tóxica. Se isso não for feito, pode evoluir para convulsão, parada cardíaca e morte”, descreve Medeiros.
O médico salienta que as equipes médicas estão bastante vigilantes, mas que, como inexiste registro em solo gaúcho, não há recomendação para suspender a ingestão. É preciso, no entanto, segundo ele, evitar bebidas de procedência duvidosa, pois “essas adulterações não são isoladas, ocorrem em lotes”.
Diante dos registros de mortes por intoxicação por metanol, o Ministério da Saúde emitiu recomendações na quarta-feira (1) sobre o que fazer quando houver suspeita de contaminação. Até o momento, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) registrou 43 casos suspeitos em todo o Brasil. Desse total, 39 são no estado de São Paulo — sendo 10 confirmados — e outros quatro em Pernambuco, que estão em apuração. Cinco pessoas morreram.
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