Um abaixo-assinado contra a instalação de uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) na Vila Assunção tem circulado por grupos de WhatsApp de moradores da Zona Sul de Porto Alegre. Eles argumentam que a utilização do imóvel na rua Carajá “contraria frontalmente a vocação urbana e social do bairro”. Considerando a ausência de apoio, a Fase informa que “está replanejando o projeto”.
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Os moradores ressaltam, no documento, que a instalação da unidade da Fase pode colocar em risco a integridade física dos cidadãos da região e a proteção de seus bens. “A Vila Assunção é uma área de zoneamento estritamente residencial, com baixa densidade populacional, ausência de comércio, circulação reduzida de pessoas e infraestrutura limitada de transporte público. O bairro abriga diversas clínicas, creches e instituições voltadas ao cuidado de crianças e idosos, configurando um ambiente que exige proteção especial”, descreve o texto.
Fundação ressalta que não houve nenhuma falha administrativa
Mauro Belo Schneider/Especial/JC
A Fase, por meio da assessoria de comunicação, informa que, dentro do plano de descentralização e fortalecimento da rede socioeducativa, procedeu à locação do imóvel no bairro Assunção, em Porto Alegre, para a instalação de uma unidade de semiliberdade. “O processo ocorreu de forma legal, transparente e devidamente planejada, com todos os contratos necessários”, diz a nota.
A fundação, no entanto, foi convidada pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, para uma reunião no último sábado. Também estavam presentes representantes da comunidade, secretários municipais, vereadores e um deputado estadual, que formalizaram o posicionamento contrário da população local à implantação da unidade. Antes disso, houve um encontro na imobiliária Pier.
“Diante dessa manifestação, a Fase compreende que a medida socioeducativa de semiliberdade só alcança êxito quando há engajamento da comunidade no acolhimento e na reintegração social dos adolescentes. Assim, considerando a ausência de apoio e o risco de inviabilidade socioeducativa, a Fase está replanejando o projeto no bairro Assunção. Ressalta-se que não houve nenhuma falha administrativa”, continua o posicionamento.
A fundação informa que “seguirá avaliando alternativas de localização que igualmente reúnam condições técnicas e, sobretudo, o engajamento comunitário indispensável para oferecer aos adolescentes reais oportunidades de reinserção social”.