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Publicada em 28 de Julho de 2025 às 16:42

Levantamento aponta cenário crítico do IPE Saúde no interior do RS

Servidores ouvidos pela pesquisa relataram ausência total ou quase total de profissionais que atendam pelo IPE em diversos municípios

Servidores ouvidos pela pesquisa relataram ausência total ou quase total de profissionais que atendam pelo IPE em diversos municípios

Matheus Lopes/Ascom IPE Saúde/Divulgação/JC
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Jamil Aiquel
Jamil Aiquel
Segundo o Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Rio Grande do Sul (Sintergs), a prestação de serviços credenciados pelo IPE Saúde no interior do Estado está deixando a desejar. A entidade realizou um levantamento inédito, que relatou “dificuldades alarmantes”, principalmente no acesso a médicos. "Vínhamos recebendo muita demanda dos associados do interior do Estado para relatar os problemas que eles enfrentam com o IPE. Então, decidimos fazer uma pesquisa. Criamos um formulário eletrônico e enviamos para toda a nossa base, que são 5 mil pessoas. Achamos os resultados bastante alarmantes. Eles corroboram o que os associados vinham nos informando", relatou Priscilla Lunardelli, 2ª Vice-Presidente do Sintergs e coordenadora da pesquisa intitulada “Pesquisa sobre a prestação de serviços credenciados ao IPE-Saúde no interior do RS – 2025: um olhar do associado Sintergs”.Priscilla chama atenção para o alto índice de dificuldade relatado pelos usuários para encontrar médicos especialistas, clínicas e serviços credenciados em suas regiões. Servidores ouvidos pela pesquisa de municípios como Encantado, Carazinho, Farroupilha, Espumoso, Ijuí e Arroio Grande relataram ausência total ou quase total de profissionais que atendam pelo IPE."Isso nos preocupa bastante. O que nos chamou atenção é que não é só em cidades pequenas que está difícil atendimento no Interior. Cidades grandes também não estão conseguindo acesso a especialidades básicas", afirma.
Segundo o Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Rio Grande do Sul (Sintergs), a prestação de serviços credenciados pelo IPE Saúde no interior do Estado está deixando a desejar. A entidade realizou um levantamento inédito, que relatou “dificuldades alarmantes”, principalmente no acesso a médicos. 

"Vínhamos recebendo muita demanda dos associados do interior do Estado para relatar os problemas que eles enfrentam com o IPE. Então, decidimos fazer uma pesquisa. Criamos um formulário eletrônico e enviamos para toda a nossa base, que são 5 mil pessoas. Achamos os resultados bastante alarmantes. Eles corroboram o que os associados vinham nos informando", relatou Priscilla Lunardelli, 2ª Vice-Presidente do Sintergs e coordenadora da pesquisa intitulada “Pesquisa sobre a prestação de serviços credenciados ao IPE-Saúde no interior do RS – 2025: um olhar do associado Sintergs”.

Priscilla chama atenção para o alto índice de dificuldade relatado pelos usuários para encontrar médicos especialistas, clínicas e serviços credenciados em suas regiões. Servidores ouvidos pela pesquisa de municípios como Encantado, Carazinho, Farroupilha, Espumoso, Ijuí e Arroio Grande relataram ausência total ou quase total de profissionais que atendam pelo IPE.

"Isso nos preocupa bastante. O que nos chamou atenção é que não é só em cidades pequenas que está difícil atendimento no Interior. Cidades grandes também não estão conseguindo acesso a especialidades básicas", afirma.
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Outro ponto enfatizado pela vice-presidente foi o aumento significativo das mensalidades do IPE Saúde. Segundo ela, a reforma no serviço realizada em 2023 não resultou em melhoria no atendimento e gerou frustração nos seus usuários.

"O aumento dos valores depois da reforma do IPE Saúde chegou no bolso do servidor público, mas não chegou à melhora do atendimento do serviço na mesma proporção", lamentou.

Priscila enfatizou que o Sintergs defende o IPE Saúde, mas que uma melhora na gestão é a principal reivindicação do sindicato. "O sindicato e os servidores são defensores do sistema. Gostaríamos que a gestão melhorasse para que o serviço melhorasse também", ponderou.
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O levantamento resultou em um relatório analítico-descritivo, que foi apresentado ao Conselho do IPE Saúde. Segundo a vice-presidente do Sindicato, o instituto prometeu que um edital de credenciamento de novos médicos está sendo preparado, ação exaltada por ela, mas que gera preocupações por ser um processo “incerto”.

"Achamos que vem um avanço aí, mas ainda é tudo muito incerto e bastante demorado. Porque parece que esse edital vai ficar só para o começo do ano que vem", lamentou.

Por meio de nota, o IPE Saúde afirmou que "segue atento às demandas dos segurados e reforça o compromisso permanente com a qualificação e a ampliação dos serviços prestados". De acordo com o texto, a entidade ressalta que "o Instituto dispõe atualmente de uma rede credenciada composta por 5.122 médicos, 243 hospitais, 650 laboratórios, 48 pronto-socorros e 676 clínicas, entre outros prestadores, distribuídos por todas as regiões do Estado".

Afirmou, ainda, que "a carência de médicos especialistas em alguns municípios do interior é um desafio estrutural da saúde brasileira. Seguindo o processo iniciado com a reestruturação, em breve o IPE Saúde terá novidades que irão ampliar e qualificar a rede assistencial". E finaliza reafirmando "seu compromisso com os servidores públicos estaduais e seguirá trabalhando com seriedade, responsabilidade e transparência para garantir o acesso digno à saúde em todas as regiões do Estado".

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