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Publicada em 24 de Julho de 2025 às 15:45

Cerca de 20,5 milhões de brasileiros não usavam internet em 2024, aponta IBGE

Mais da metade do grupo que não acessou a internet era composto por idosos de 60 anos ou mais

Mais da metade do grupo que não acessou a internet era composto por idosos de 60 anos ou mais

Freepik/Divulgação/JC
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Agências
Apesar dos avanços dos últimos anos, não usar a internet é uma realidade para parte da população no Brasil. É o que indicam dados de 2024 divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dos avanços dos últimos anos, não usar a internet é uma realidade para parte da população no Brasil. É o que indicam dados de 2024 divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o órgão, cerca de 20,5 milhões de pessoas de dez anos ou mais não acessaram a internet nos três meses anteriores às entrevistas de um módulo anual sobre o tema da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). O quesito foi investigado no quarto trimestre de 2024.
As 20,5 milhões de pessoas desconectadas correspondiam a 10,9% da população de dez anos ou mais no país. A proporção é a menor da série histórica iniciada em 2016, quando o patamar era de 33,9%.
O percentual de 10,9% significa que 1 em cada 10 habitantes de dez anos ou mais não usou a internet no período investigado em 2024. Embora esteja em queda, o número supera o total de habitantes de 25 das 27 unidades da federação, conforme as estimativas da Pnad referentes ao quarto trimestre do ano passado.
O contingente de 20,5 milhões só fica abaixo da população projetada nos estados de São Paulo (47,8 milhões) e Minas Gerais (21,8 milhões).
Idosos predominam
Mais da metade do grupo que não acessou a internet era composto por idosos de 60 anos ou mais em 2024. Eles eram 10,7 milhões, o equivalente a 52,1% do total de desconectados. Confira as porcentagens por faixa de idade da população que não usavam internet em 2024:
  • 10 a 13 anos: 8,6%
  • 14 a 19: 4,6%
  • 20 a 24: 3,1%
  • 25 a 29: 3%
  • 30 a 39: 6,9%
  • 40 a 49: 9,2%
  • 50 a 59: 12,5%
  • 52,1 - 60 ou mais: 52,1%
No recorte por nível de escolaridade, a pesquisa indica que 52,4% das pessoas afastadas da rede contavam com ensino fundamental incompleto, enquanto 21% não tinham instrução. As duas parcelas somavam 73,4% do total de 20,5 milhões.
Esse contingente também era formado por 10,6 milhões de homens. Eles eram 51,8% do grupo, enquanto as mulheres respondiam por 48,2% (9,9 milhões). Trata-se de uma diferença em relação à população total de dez anos mais, que usa ou não a internet. Nesse caso, a parcela feminina é maioria (51,5%). Confira as porcentagens por nível de ensino da população que não usava internet em 2024:
  • Sem instrução: 21%
  • Fundamental incompleto: 52,4%
  • Fundamental completo: 6,4%
  • Médio incompleto: 3,1%
  • Médio completo: 12%
  • Superior incompleto: 0,9%
  • Superior completo: 4,2%
Os pardos responderam por 47,9% das pessoas que não utilizaram a tecnologia em 2024, seguidos por brancos (38,9%) e pretos (11,9%). Ainda de acordo com o IBGE, 8,6 milhões de pessoas que não acessaram a internet viviam no Sudeste em 2024, enquanto 6,5 milhões moravam no Nordeste. Sul (2,4 milhões), Norte (1,9 milhão) e Centro-Oeste (1 milhão) vieram na sequência.
Mas, quais são os motivos para não usar internet?
O instituto também detalha os motivos de quem não se conectou. A questão mais apontada para o distanciamento da internet foi não saber usá-la (45,6%). O percentual encolheu ante 2022 (47,7%), quando essa parte da investigação começou.
A falta de necessidade foi a segunda principal razão para não usar a rede. O motivo foi apontado por 28,5% da população fora da internet em 2024. O percentual aumentou ante 2022 (23,5%). Confira os principais motivos para não utilizar a internet em 2024:
  • Não sabiam utilizar internet - 45,6%
  • Falta de necessidade - 28,5%
  • Serviço de acesso era caro - 7,5%
  • Outro motivo - 4,5%
  • Falta de tempo - 4,3%
  • Preocupação com privacidade ou segurança - 3,8%
  • Equipamento eletrônico necessário era caro - 3,4%
  • Serviço de acesso não estava disponível - 2,4%
Há diferenças na divisão por faixas de idade. Entre os idosos de 60 anos ou mais que não acessaram a internet, o principal motivo foi não saber utilizar a rede (66,1%). No outro extremo da população, composto por crianças e adolescentes de 10 a 13 anos, a falta de necessidade liderou as respostas (33,9%).
O IBGE destacou que, nesse grupo mais jovem, o segundo motivo foi a preocupação com a privacidade ou a segurança (22,5%). A proporção aumentou ante 2022, quando estava em 15,6%.
Conforme o instituto, o avanço de 6,9 pontos percentuais pode refletir o receio dos pais e responsáveis diante dos riscos que a internet pode oferecer para crianças e adolescentes. A utilização excessiva da rede pelos jovens preocupa especialistas.
89,1% da população está conectada
De acordo com o IBGE, o número de pessoas de dez anos ou mais que usaram a internet nos três meses anteriores à pesquisa aumentou de 164,5 milhões em 2023 para 168 milhões em 2024. Com o resultado, o percentual de usuários dessa faixa etária no Brasil cresceu de 88% para 89,1%, renovando o recorde da Pnad Contínua. A proporção era de 66,1% em 2016, no início da série.
Já o número de brasileiros de dez anos ou mais que tinham celular para uso pessoal cresceu de 163,8 milhões em 2023 para 167,5 milhões no ano passado. Assim, o percentual de pessoas dessa faixa etária com o aparelho também renovou o recorde da série, saindo de 87,6% para 88,9%. O patamar era de 77,4% em 2016.
Segundo o IBGE, o celular é o aparelho mais utilizado para acessar a internet no Brasil. Alcançou 98,8% dos usuários em 2024. A proporção era de 94,8% em 2016. Por outro lado, a população de dez anos ou mais que não tinha celular recuou de 23,2 milhões em 2023 para 20,9 milhões em 2024.
Com isso, o percentual baixou de 12,4% para 11,1%, o menor patamar da série. A proporção caiu pela metade se comparada a 2016, quando estava em 22,6%. Entre as pessoas que não possuíam o aparelho, 54,4% eram homens e 45,6%, mulheres.
Uma parcela de 36,9% era formada por idosos de 60 anos ou mais, enquanto 24,2% pertenciam ao grupo de crianças e adolescentes de 10 a 13 anos. Oito em cada dez (80,3%) não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental

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