Servidores do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, denunciam uma crise de recursos humanos que estaria comprometendo o funcionamento da instituição. Técnicos e auxiliares de enfermagem relatam sobrecarga de trabalho, suspensão de férias e licenças, além da ameaça de novas exonerações de funcionários contratados emergencialmente. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) foi procurada pela reportagem e informou que prepara uma nota, mas até o fechamento deste texto ainda não havia enviado resposta.
As queixas são lideradas pela Comissão de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do São Pedro (Comtec), que acusa o governo estadual de agravar um quadro já crítico. Nesta quinta-feira (24), o grupo realizará uma manifestação no lado externo do hospital das 9h30min às 12h.
As queixas são lideradas pela Comissão de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem do São Pedro (Comtec), que acusa o governo estadual de agravar um quadro já crítico. Nesta quinta-feira (24), o grupo realizará uma manifestação no lado externo do hospital das 9h30min às 12h.
“Baixaram um decreto proibindo férias e licenças por falta de pessoal. Mas como falta pessoal, se o próprio governo exonerou 38 servidores emergenciais há um mês?”, questiona Eliane Padilha, presidente da comissão. Segundo ela, a demissão teria ocorrido mesmo com decisão judicial favorável à reintegração dos trabalhadores, aprovados em edital de contratação anterior.
A situação se agravou, nesta semana, com o vazamento interno de mais 22 exonerações previstas para o início de agosto. “Quem já tinha férias marcadas teve que desmarcar. Teve gente que comprou passagem, outros que iam cuidar dos filhos pequenos nas férias escolares. Não é justo”, afirma Eliane. Segundo ela, em alguns turnos noturnos, há apenas um ou dois profissionais para unidades inteiras, com pacientes de alta complexidade. “É humanamente impossível. Os colegas estão adoecendo”, relata.
A vice-presidente da Comtec, Evani Konrad, afirma que os profissionais demitidos atuavam no hospital há mais de uma década por meio de sucessivos contratos emergenciais. Quando foi lançado um novo edital em 2024, muitos desses trabalhadores se inscreveram e foram classificados, mas não foram chamados. “Eles foram impossibilitados e preteridos por pessoas até com notas menores, mesmo tendo experiência e estando na ponta há anos. Entraram na Justiça e ganharam, mas a reintegração está demorando muito”, conta.
Além da falta de pessoal, Evani critica a exclusão dos auxiliares de enfermagem da reestruturação da carreira promovida pelo governo estadual. “Os técnicos foram contemplados, mas nós, auxiliares, ficamos como quadro em extinção. Nosso salário básico é de R$ 960. A secretária Arita Bergmann disse que seríamos incluídos em um segundo momento, mas até hoje nada foi feito”, aponta.
O cenário relatado pelos servidores inclui profissionais fazendo plantões dobrados, unidades operando sem o número mínimo de funcionários e auxiliares sendo obrigados a executar tarefas de técnicos de enfermagem, para as quais não são habilitados legalmente. “Está um caos. Tem colega que faz plantão e não tem para quem passar, então fica direto”, diz Eliane.
Os reflexos da crise chegam ao atendimento. Segundo a Comtec, a direção do São Pedro começou a trancar novas internações por falta de pessoal, mesmo diante da alta demanda por leitos em saúde mental. “Os CAPs estão superlotados. Somos referência, principalmente para infância e adolescência, mas agora estão dando alta precoce e suspendendo novas admissões. A verdade é que o São Pedro está abandonado pelo poder público”, conclui Evani.
A situação se agravou, nesta semana, com o vazamento interno de mais 22 exonerações previstas para o início de agosto. “Quem já tinha férias marcadas teve que desmarcar. Teve gente que comprou passagem, outros que iam cuidar dos filhos pequenos nas férias escolares. Não é justo”, afirma Eliane. Segundo ela, em alguns turnos noturnos, há apenas um ou dois profissionais para unidades inteiras, com pacientes de alta complexidade. “É humanamente impossível. Os colegas estão adoecendo”, relata.
A vice-presidente da Comtec, Evani Konrad, afirma que os profissionais demitidos atuavam no hospital há mais de uma década por meio de sucessivos contratos emergenciais. Quando foi lançado um novo edital em 2024, muitos desses trabalhadores se inscreveram e foram classificados, mas não foram chamados. “Eles foram impossibilitados e preteridos por pessoas até com notas menores, mesmo tendo experiência e estando na ponta há anos. Entraram na Justiça e ganharam, mas a reintegração está demorando muito”, conta.
Além da falta de pessoal, Evani critica a exclusão dos auxiliares de enfermagem da reestruturação da carreira promovida pelo governo estadual. “Os técnicos foram contemplados, mas nós, auxiliares, ficamos como quadro em extinção. Nosso salário básico é de R$ 960. A secretária Arita Bergmann disse que seríamos incluídos em um segundo momento, mas até hoje nada foi feito”, aponta.
O cenário relatado pelos servidores inclui profissionais fazendo plantões dobrados, unidades operando sem o número mínimo de funcionários e auxiliares sendo obrigados a executar tarefas de técnicos de enfermagem, para as quais não são habilitados legalmente. “Está um caos. Tem colega que faz plantão e não tem para quem passar, então fica direto”, diz Eliane.
Os reflexos da crise chegam ao atendimento. Segundo a Comtec, a direção do São Pedro começou a trancar novas internações por falta de pessoal, mesmo diante da alta demanda por leitos em saúde mental. “Os CAPs estão superlotados. Somos referência, principalmente para infância e adolescência, mas agora estão dando alta precoce e suspendendo novas admissões. A verdade é que o São Pedro está abandonado pelo poder público”, conclui Evani.