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Publicada em 17 de Julho de 2025 às 13:27

Multas diminuem, mas motoristas furam exageradamente o sinal vermelho em Porto Alegre

Motoristas avaliam que situação escalou e trânsito na cidade "virou terra sem lei"

Motoristas avaliam que situação escalou e trânsito na cidade "virou terra sem lei"

TÂNIA MEINERZ/JC
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Cássio Fonseca
Cássio Fonseca
Cada vez mais tumultuado, o trânsito de Porto Alegre é alvo de reclamações sobre o individualismo de condutores imprudentes. Um exemplo claro está no sinal vermelho, que há algum tempo passou a ser desrespeitado maciçamente na Capital, seja com os condutores acelerando o veículo no sinal amarelo e já cruzando o semáforo no vermelho, seja por aqueles que simplesmente passam reto enquanto os outros veículos já estão parados na sinaleira. Apesar do perceptível aumento do desrespeito à norma de trânsito, a fiscalização, no entanto, diminuiu nos últimos anos na cidade.

Cada vez mais tumultuado, o trânsito de Porto Alegre é alvo de reclamações sobre o individualismo de condutores imprudentes. Um exemplo claro está no sinal vermelho, que há algum tempo passou a ser desrespeitado maciçamente na Capital, seja com os condutores acelerando o veículo no sinal amarelo e já cruzando o semáforo no vermelho, seja por aqueles que simplesmente passam reto enquanto os outros veículos já estão parados na sinaleira. Apesar do perceptível aumento do desrespeito à norma de trânsito, a fiscalização, no entanto, diminuiu nos últimos anos na cidade.

 

Em 2018, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) multou 39.116 pessoas por desrespeito ao sinal vermelho. Seis anos depois, em 2024, foram apenas 18.388 autuações. Os dados são do portal de transparência da empresa.

 

A queda brusca dos números não reflete a realidade das ruas. A reportagem acompanhou por uma hora o movimento em dois pontos da Capital na última semana e registrou 27 infrações do artigo 208 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Foram 15 infrações na avenida Protásio Alves com a rua Cel. Paulino Teixeira (10 carros e cinco motos) e outras 12 infrações na av. João Pessoa com a av. Venâncio Aires - 11 carros e um ônibus. O horário da observação foi entre as 11h e as 12h30min, contando o deslocamento.

 

 

O estilo dos avanços, por veículo, é diferente. Enquanto os automóveis aceleram para aproveitar os poucos segundos entre o vermelho de uma via e o verde de outra, os motociclistas fazem valer das brechas e passam o sinal como se fosse uma placa de pare: desaceleram, olham para os lados, e seguem seu rumo.

 

Motorista de aplicativo há oito anos, José Abreu entende que o tráfego “virou terra sem lei”. Ele explica que, em qualquer lugar da cidade, vê as pessoas cruzando o semáforo e fazendo retornos irregulares. Pela sua vivência, entende que falta mais educação. “Acho que é algo cultural, parece que o motorista sempre precisa levar vantagem”, opina.

 

Há quatro anos na profissão, Vitório Possebon segue a linha de raciocínio do individualismo. “O trânsito é coletivo, mas aqui ninguém quer saber”, completa. Ele ainda alerta para o cuidado extra à noite, quando se infringe ainda mais o sinal.

 

Em 2025, de janeiro a abril, a EPTC registrou 5.456 violações. O quantitativo é similar aos 5.729 do ano passado, no mesmo recorte, mas inferior aos 11.461 de 2018. O portal de transparência ainda informa que todas as multas partiram de agentes.

 

A reportagem procurou a EPTC na manhã de terça-feira (15) para comentar os números, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

 

 

Confira a quantidade de infrações do art. 208 do CTB dos últimos nove anos em Porto Alegre

 

2017 - 32.277

2018 - 39.116

2019 - 24.511

2020 - 12.972

2021 - 15.089

2022 - 16.076

2023 - 14.539

2024 - 18.388

2025 (jan-abr) - 5.456

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