Porto Alegre está em 49° lugar no Ranking de Saneamento 2025, do Instituto Trata Brasil, que foi divulgado na terça-feira (15). De acordo com a 17ª edição do levantamento, a capital gaúcha apresentou uma série de resultados positivos, mas ainda investe menos do que a média nacional em saneamento básico por habitante. Além disso, houve uma queda no índice referente à evolução de tratamento total de esgoto.
A pesquisa, que contemplou 100 municípios brasileiros, utilizou como base dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA). O serviço compila informações referentes aos serviços de acesso à água, coleta e tratamento de esgoto, além de resíduos sólidos.
Além de Porto Alegre, há mais três cidades gaúchas no ranking: Caxias do Sul, Canoas e Pelotas. Os municípios aparecem, respectivamente, em 51°, 67° e 78° lugar no placar geral de 2025.
De acordo com o ranking, entre 2019 e 2023, foram investidos cerca de R$ 30,5 bilhões em valores absolutos nas capitais. O município de São Paulo (SP) foi responsável por cerca de 40% desse montante, com investimentos de R$ 11,5 bilhões. Na sequência, estão o Rio de Janeiro (RJ), com R$ 2,9 bilhões, e Fortaleza (CE), com R$ 1,8 bilhão.
Enquanto isso, Porto Alegre investiu R$ 485,38 milhões, o que representa apenas cerca de 1,6% do valor total. Quando se trata da média investida por habitante, a capital gaúcha também apresentou resultados baixos.
Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), o patamar nacional médio de investimentos anuais necessários à universalização - em outras palavras, o valor ideal - seria de aproximadamente R$ 223,82 por habitante.
A média das capitais alcançou pouco mais da metade desse valor, com R$ 130,05 por habitante. Porto Alegre, contudo, investe, em média, apenas R$ 72,12 per capita, ficando em 20° lugar entre as 27 capitais analisadas.
Cuiabá (MT) foi a única capital que superou o índice recomendado pelo PLANSAB. A capital mato-grossense investe R$ 415,02 por habitante, seguida por São Paulo e Campo Grande. Os municípios investem, respectivamente, R$ 198,97 e R$ 195,31 per capita. O menor patamar, por outro lado, ficou com Rio Branco (AC), que investe, em média, R$ 8,09 por habitante.
Considerando os 100 municípios brasileiros contemplados no ranking, apenas 17 investem mais de R$ 200 per capita, sendo que 12 destinam valores acima do considerado de excelência pelo PLANSAB. Em contrapartida, há 49 que destinam menos de R$ 100 para cada habitante.
Dmae reconhece investimentos insuficientes
"O último grande salto do saneamento em Porto Alegre foi com o Programa Integrado Socioambiental, o Pisa, que já tem mais de uma década. De lá pra cá, têm sido feitos investimentos muito pontuais, que vêm gerando um crescimento muito lento no tratamento do esgoto da cidade", destacou.
Ao defender a privatização do departamento, Vanuzzi afirmou que "o modelo de autarquia é um modelo que é muito mais engessado" do que os que são verificados nas cidades que têm os melhores indicadores.
"O que tem sido feito no Brasil nos últimos dez anos é um grande e importante ciclo de investimentos em saneamento baseado em investimentos privados. E, o Brasil inteiro tem colhido já benefícios. Claramente, esse ciclo de investimentos precisa chegar a Porto Alegre para que Porto Alegre chegue aos índices de universalização previstos na legislação", defendeu.