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Publicada em 26 de Junho de 2025 às 19:32

Cheia faz Guaíba refluir pelos bueiros e causar alagamentos no Quarto Distrito, em Porto Alegre

Ruas como Voluntários da Pátria, Álvaro Chaves e Almirante Tamandaré, além da avenida Polônia, registram pequenos alagamentos

Ruas como Voluntários da Pátria, Álvaro Chaves e Almirante Tamandaré, além da avenida Polônia, registram pequenos alagamentos

Carlos Kolesny/Aqruivo pessoal/JC
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Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
A subida do Guaíba nos últimos dias voltou a provocar o refluxo das águas pelos bueiros e pontos de drenagem do Quarto Distrito, em Porto Alegre. Segundo moradores, o fenômeno começou ainda na sexta-feira, dia 20 de junho, e se intensificou entre terça (24) e quarta-feira (25) desta semana, quando o lago atingiu a cota de inundação no Cais Mauá. Desde então, ruas como Voluntários da Pátria, Álvaro Chaves e Almirante Tamandaré, além da avenida Polônia, registram pequenos alagamentos, mesmo sem nova ocorrência de chuva forte.
A subida do Guaíba nos últimos dias voltou a provocar o refluxo das águas pelos bueiros e pontos de drenagem do Quarto Distrito, em Porto Alegre. Segundo moradores, o fenômeno começou ainda na sexta-feira, dia 20 de junho, e se intensificou entre terça (24) e quarta-feira (25) desta semana, quando o lago atingiu a cota de inundação no Cais Mauá. Desde então, ruas como Voluntários da Pátria, Álvaro Chaves e Almirante Tamandaré, além da avenida Polônia, registram pequenos alagamentos, mesmo sem nova ocorrência de chuva forte.
Morador da região desde a década de 1960, o comerciante Carlos Kolesny relata que, embora o volume de água ainda não tenha invadido residências ou estabelecimentos, o medo de uma nova enchente já afeta o dia a dia do bairro. "As pessoas estão apavoradas. Tem muito mais pânico e receio do que a situação real, mas o temor é grande. Quando começa a chover, todo mundo já fica mandando mensagem, perguntando se as ruas estão alagadas", conta.
De acordo com ele, a água tem vertido por frestas das tampas de bueiro, em pontos onde a prefeitura colocou chapas metálicas e sacos de areia (os chamados bags) para conter o refluxo do lago. "O problema é que essas tampas precisariam ter vedação de borracha. Sem isso, qualquer frestinha vira passagem para a água", explica Kolesny .
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) confirma o extravasamento de água nos condutos forçados das ruas Polônia e Álvaro Chaves e na Voluntários da Pátria, todos ligados ao sistema de drenagem da região. Segundo o órgão, um projeto de reforço nas estruturas foi contratado após a enchente histórica de maio de 2024 e está em fase final de licitação, com investimento previsto de R$ 1,2 milhão. Questionado sobre o prazo para conclusão e se os alagamentos devem continuar enquanto as obras não forem executadas, o Dmae não respondeu.
O refluxo das águas no Quarto Distrito não é um fenômeno novo, mas voltou a ocorrer com grande intensidade pela primeira vez desde as cheias do ano passado, que deixaram bairros inteiros debaixo d'água. Segundo Kolesny, quatro pontos são os mais afetados nesta quinta-feira (26): próximo à ponte do Guaíba, junto ao Trensurb; na esquina da Polônia com a Voluntários da Pátria; na Álvaro Chaves; e na Almirante Tamandaré.
Apesar da "gravidade controlada", o comerciante aponta que os alagamentos pontuais e o pânico da população já impactam a economia local. "Tem gente que evita vir ao Quarto Distrito porque acha que está tudo alagado ou que vai ficar preso. Muitos comércios já sofreram com a enchente passada e seguem lutando para sobreviver", afirma. Ainda segundo ele, a previsão de mais instabilidade nos próximos dias, preocupa muito a comunidade.
Além da Zona Norte, outros pontos de Porto Alegre também sofrem com os efeitos da cheia. No bairro Praia de Belas, por exemplo, o acúmulo de água ocupou parte das calçadas e até áreas internas de prédios no cruzamento da rua Doutora Rita Lobato com a Borges de Medeiros.
 

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