A prefeitura de Porto Alegre inaugurou nesta quarta-feira (25) um novo abrigo noturno para pessoas em situação de rua, no bairro Floresta. Localizado na rua Comendador Azevedo, 264, o espaço faz parte das ações da Operação Inverno e terá capacidade inicial para 150 vagas, com possibilidade de ampliação para até 250.
O abrigo funcionará diariamente, das 19h às 9h, oferecendo pernoite, alimentação, serviços de higiene e acolhimento de animais de estimação. Há quartos masculinos, femininos e para pessoas transexuais.
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O novo ponto de acolhimento fica na região da cidade onde ocorreram quatro mortes de pessoas em situação de rua nas últimas semanas. Entre os dias 29 de maio e 9 de junho, Antônio Carlos de Paula Souto (Mano), André Romário Barbosa Barcelos (Romarinho), Manoel Orfelino Torbes e Franciele Salazar da Silva Ferreira morreram nas ruas da Capital. Os óbitos foram registrados no entorno da rua Voluntários da Pátria, também no bairro Floresta.
Para o prefeito Sebastião Melo, o novo abrigo é mais uma etapa na tentativa de ampliar a rede de proteção para essa população. “Dormir com dignidade. Este espaço aqui vai acolher, a partir de hoje, 150 pessoas, com possibilidade de aumento para mais de 200 vagas. Nós não vamos desistir de ninguém. O inverno chegou forte e a política do governo é acolher, acolher e convencer as pessoas a aceitarem esse cuidado”, afirmou.
Com o novo abrigo, a rede para atendimento espontâneo da Operação Inverno passa a contar com 520 vagas em Porto Alegre, distribuídas entre dois abrigos e três albergues. Segundo a prefeitura, a média de ocupação tem sido de 340 pessoas.
O investimento mensal da prefeitura neste novo espaço gira em torno de R$ 1,6 mil por vaga ocupada, valor que cobre o custo total da operação, incluindo aluguel, estrutura e equipe. O prédio foi locado por uma organização social que gere o abrigo e repassa as despesas à administração municipal.
A ampliação do Transporte Solidário, sistema de ônibus que leva pessoas em situação de rua aos pontos de acolhimento, também faz parte das medidas recentes. Desde a semana passada, o serviço transporta pessoas entre os albergues da Zona Norte, os Centros Pop do 4º Distrito e agora também até o abrigo da Comendador Azevedo.
Além dos abrigos e do transporte, a prefeitura informou que reforçou ações como a distribuição de auxílios de aluguel social — mais de 200 repassados neste mês — e o acompanhamento de casos em que o acolhimento encontra resistência. De acordo com Melo, o governo pretende avançar, inclusive, com laudos médicos que possam embasar acolhimentos involuntários em situações extremas.
“Eu entendo que com um laudo feito por um profissional, mesmo de forma involuntária, essas pessoas têm que aceitar o acolhimento. Em alguns casos, com o apoio da saúde mental, vamos precisar ir além", disse o prefeito.