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Publicada em 19 de Junho de 2025 às 10:09

Estado segue em alerta com as chuvas que devem se estender até sexta

Em Alegre durante, as fortes chuvas alagaram bairros Humaitá e Ilhas

Em Alegre durante, as fortes chuvas alagaram bairros Humaitá e Ilhas

BRENO BAUER/JC
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Agências
Porto Alegre soma desde o começo da semana 170 mm de chuva, volume superior à média histórica do mês de junho inteiro de 130,4 mm, conforme dados da série histórica 1991-2020. Isto significa que choveu nos últimos três dias o equivalente a um mês e meio na cidade, de acordo com levantamento da MetSul. O nível do Guaíba está, nesta manhã, em 2,47 metros, e está subindo a 2,2 cm a cada hora. A cota de inundação é de 3,60m. A projeção é de que, neste ritmo, o nível atingirá o nível cota em 2 dias e 5 horas.
Porto Alegre soma desde o começo da semana 170 mm de chuva, volume superior à média histórica do mês de junho inteiro de 130,4 mm, conforme dados da série histórica 1991-2020. Isto significa que choveu nos últimos três dias o equivalente a um mês e meio na cidade, de acordo com levantamento da MetSul. O nível do Guaíba está, nesta manhã, em 2,47 metros, e está subindo a 2,2 cm a cada hora. A cota de inundação é de 3,60m. A projeção é de que, neste ritmo, o nível atingirá o nível cota em 2 dias e 5 horas.
O pior dia de chuva da semana foi nesta quarta-feira (18), especialmente durante a madrugada, quando choveu forte de forma quase incessante até o começo da manhã. Somente ontem, considerando dados das 21h de terça a 21h de quarta, a precipitação em Porto Alegre chegou a 100 mm na capital gaúcha. Na Grande Porto Alegre, os totais de chuva da semana chegam ou passam de 200 mm em diversos pontos. Sapucaia do Sul é um dos municípios em que desde segunda-feira à noite, quando teve início a instabilidade, já choveu 200 mm.No entanto, de acordo com o MetSul, ainda haverá precipitação em Porto Alegre hoje e amanhã, mas em níveis menores do que os já ocorridos A precipitação será predominantemente fraca com chuva leve ou garoa.
No Estado, a situação é ainda pior, com duas mortes e 2,6 mil pessoas que tiveram que deixar as residências. O Rio Taquari é um dos que mais sobre, chegando a 22,5 m, fazendo com que 190 pessoas tenham que ir para abrigo. No Rio Grande do Sul, 9 cidades estão em situação de emergência. 
A MetSul Meteorologia alerta que as enchentes devem se agravar no Rio Grande do Sul nesta segunda metade da semana e em alguns locais ainda durante o fim de semana à medida que a vazão avança por rios de longa extensão como o Jacuí, no Centro gaúcho, e o Uruguai, na Fronteira Oeste. Entre os principais rios do estado, o que deve ter cheia de maior proporção é o Jacuí com inundações significativas em diferentes pontos ao longo da bacia, especialmente na área entre Cachoeira do Sul, Vale do Rio Pardo, Região Carbonífera e o delta em Eldorado do Sul, onde desemboca no Guaíba em Porto Alegre.
A tendência é o Jacuí se elevar muito ainda no Centro do estado e o pico de vazão vai avançar em direção a Eldorado do Sul nos próximos três a quatro dias. O Rio Uruguai, na Fronteira Oeste, também deve cheia com enchentes em áreas ao Sul de São Borja, mas especialmente ao Sul do ponto em que desemboca o Ibicuí, que passa por cheia e recebe os grandes volumes de água caídos no Centro do estado, onde a chuva está entre 400 mm e 500 mm em alguns pontos.
O Rio Caí estava em 12,7 metros no amanhecer de hoje em São Sebastião do Caí, acima da cota de inundação de 10 metros, e seguia subindo. A tendência é subir ainda durante as próximas horas com a chuva que persiste na Metade Norte gaúcha com pico de cheia entre 13 e 14 metros, o que é uma cheia de média a grande porte. Na sequência, outras cidades da bacia, como Montenegro, devem sofrer com a enchente. Já o Rio Taquari estava em 22,7 metros no começo da manhã desta quinta em Lajeado, acima da cota de inundação de 19 metros, e continuava a subir com enchentes no vale. Na parte alta do Taquari o rio já começou a estabilizar e baixar, assim a tendência é um pico de curto prazo perto ou ao redor de 24 metros, mas se alerta para o risco de um repique por chuva entre hoje e amanhã com volumes altos entre o Planalto Médio e os Campos de Cima da Serra. 
Onde mais chove nesta quinta no Rio Grande do Sul é mais ao Norte do estado, em cidades do Noroeste, Médio e Alto Uruguai, Planalto Médio, Serra e Campos de Cima da Serras. Nestas regiões, especialmente mais ao Norte gaúcho, a chuva localmente por vezes será moderada a forte. É uma má notícia, uma vez que entre o Planalto Médio e a Serra estão as nascentes de vários rios que neste momento passam por cheia e seguem subindo, como os rios Caí, Taquari, Sinos e Jacuí. Na Metade Sul, por sua vez, não choveria na maioria das cidades na maior parte do dia.
A Defesa Civil monitora as áreas de instabilidades associadas a chuva e vento fortes, com raios e queda de granizo. A atenção está em pontos como o Rio Caí, com risco muito alto de inundação a partir de São Sebastião do Caí, além das regiões de Cahcoeira do Sul, Charqueadas e Estrela. O órgão orienta moradores a buscarem abrigo ou permanecerem em locais de segurança até cessar o período de perigo. A região de Horizintina, Três de Maio, Santo Ângelo, Ijuí e proximidades também tiveram alerta da Defesa Civil com risco moderado de alagamento.
Até o momento, 68 municípios já registraram danos e há a confirmação de dois óbitos e um desaparecimento. São cerca de 2,6 mil pessoas fora de casa em função da alta das águas. A equipe do Centro de Monitoramento da Defesa Civil estadual continua acompanhando a evolução do fenômeno e encaminhando ao Centro de Operações as informações que subsidiam os alertas a serem enviados para a população.
As equipes das Coordenadorias Regionais de Proteção e Defesa Civil têm aproximado para apoiar nos municípios que foram atingidos de maneira mais significativa. O Departamento de Logística já encaminhou itens de ajuda humanitária para as cidades de Santana do Livramento e Jaguari e, na sequência, enviará materiais para Mata. Santana do Livramento recebeu lonas, colchões, cobertores, roupas masculino, feminino e infantil, itens de cama e banho para atender a população afetada. Jaguari recebeu colchões, kits de higiene, cobertores, roupas masculino, feminino e infantil e kits para bebês. O Departamento de Gestão de Desastres da Defesa Civil do RS instalou um Gabinete de Crise para apoiar os municípios de Mata, Toropi e Jaguari, para realizar a articulação com outros órgãos e apoiar a gestão municipal no restabelecimento de serviços essenciais e outras necessidades dos atingidos.

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