Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 04 de Junho de 2025 às 20:06

Novo chefe da Policia Civil do RS promete foco no combate ao feminicidio

Delegado Heraldo Chaves Guerreiro assumiu oficialmente a chefia da instituição nesta quarta-feira

Delegado Heraldo Chaves Guerreiro assumiu oficialmente a chefia da instituição nesta quarta-feira

Evandro Oliveira/JC
Compartilhe:
Gabriel Margonar
Gabriel Margonar
O delegado Heraldo Chaves Guerreiro assumiu oficialmente, nesta quarta-feira (4), o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A cerimônia de posse, realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, contou com a presença do governador Eduardo Leite e de autoridades da área da segurança. Também foi empossada a nova subchefe da corporação, delegada Adriana Regina da Costa.
O delegado Heraldo Chaves Guerreiro assumiu oficialmente, nesta quarta-feira (4), o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A cerimônia de posse, realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, contou com a presença do governador Eduardo Leite e de autoridades da área da segurança. Também foi empossada a nova subchefe da corporação, delegada Adriana Regina da Costa.
Com mais de 40 anos de carreira na Polícia Civil, Guerreiro substitui o delegado Fernando Sodré, que deixou o posto no início de maio em meio a uma crise institucional. Em entrevista ao Jornal do Comércio, o novo chefe da corporação afirmou que pretende intensificar o combate ao crime organizado e ao feminicídio, além de ampliar as operações policiais e fortalecer a relação com os servidores. Ele também falou sobre a abertura de concurso público com 1.230 vagas para recomposição do efetivo.
JC - Qual será sua primeira diretriz como chefe da Polícia Civil?
Delegado Heraldo Guerreiro - As diretrizes operacionais da Polícia Civil estão alinhadas com o programa de governo estadual de combate à violência, o RS Seguro. Então, vamos manter e intensificar o enfrentamento ao crime organizado, à lavagem de dinheiro, aos homicídios e, especialmente, aos crimes violentos contra mulheres, como os feminicídios.
JC - Se tivesse que elencar três metas para sua gestão, quais seriam?
Guerreiro - Primeiro, dar continuidade às operações policiais, que hoje são inúmeras. Segundo, reduzir os indicadores de criminalidade. E, terceiro, fortalecer a relação interna com todos os servidores da Polícia Civil, tanto agentes quanto delegados.
JC - Como avalia, hoje, o quadro de efetivo da corporação? Há previsão de novos concursos?
Guerreiro - O quadro está estável. Já temos um concurso em andamento, e em breve serão lançados os editais com mais de 1.200 vagas — sendo 600 para inspetores e 600 para escrivães, além de 30 para delegados. Nossa expectativa é recompor esse efetivo em um prazo não muito longo.
JC - Nos últimos meses, os casos de feminicídio no Estado ganharam grande repercussão. Como pretende lidar com esse problema?
Guerreiro - Esse é um dos temas que mais nos preocupa. A violência contra a mulher é um problema social, que precisa ser enfrentado de forma integrada entre as forças de segurança — Polícia Civil e Brigada Militar — e também com o Ministério Público, o Judiciário e o Instituto Geral de Perícias. Já desenvolvemos ferramentas para facilitar o registro online de ocorrências e pedidos de medidas protetivas. Também apostamos no monitoramento dos agressores, com uso de tornozeleiras eletrônicas, e na atuação da Patrulha Maria da Penha, que hoje visita tanto vítimas quanto agressores.
JC - E há estratégias para melhorar o atendimento nas delegacias físicas?
Guerreiro - Sim, essa sempre foi uma meta pessoal minha. O policial, principalmente o da Polícia Civil, precisa gostar de lidar com pessoas. Quem procura uma delegacia deve receber um bom atendimento, independentemente de quem seja. O atendimento é para todos.
JC - Ontem foi o Dia Mundial contra a Agressão Infantil e o Estado registrou, recentemente, uma série de episódios extremos contra essa população. Quais as estratégias para lidar com esse problema?
Guerreiro - Criamos recentemente o Programa Libertar, com policiais treinados para visitar escolas e ministrar palestras voltadas à identificação de crianças e adolescentes vítimas de violência, especialmente, a sexual. Após as palestras, os agentes fazem conversas individuais com os alunos, buscando sinais de abuso. É um exemplo de iniciativa da Polícia Civil para chegar até essas vítimas e protegê-las, visto que esse tema nos gera, sim, uma preocupação.
JC - Qual o panorama atual do crime organizado no Estado?
Guerreiro - A Polícia Civil enfrenta diariamente o crime organizado, com ações em todas as frentes: tráfico de drogas, fraudes, roubos de veículos e homicídios. Os departamentos estaduais de Investigações do Narcotráfico, de Investigações Criminais e de Homicídios e Proteção à Pessoa, atuam com firmeza nesse sentido todos os dias da semana. E os resultados têm sido positivos, já que o Rio Grande do Sul tem registrado quedas significativas nos crimes letais e figura, hoje, entre os estados menos violentos do País.
JC - A instituição tem recebido nos últimos meses denúncias de excessos por parte dos policiais?
Guerreiro - São raríssimos esses casos. Para te dar uma ideia, no ano passado, a Polícia Civil realizou mais de mil operações policiais e nenhuma resultou em morte ou disparo de arma de fogo. Isso mostra preparo, profissionalismo e foco em fazer o trabalho da maneira correta. Nosso objetivo nunca é causar dano às pessoas, e sim garantir segurança com responsabilidade.

Notícias relacionadas