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Publicada em 29 de Maio de 2025 às 21:19

Ciclone agrava cheias e causa estragos no Rio Grande do Sul

Situação mais crítica ocorre em Alegrete, onde o rio Ibirapuitã ultrapassou a cota de inundação

Situação mais crítica ocorre em Alegrete, onde o rio Ibirapuitã ultrapassou a cota de inundação

Defesa Civil de Alegrete/Reprodução/JC
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Agências
O ciclone extratropical que se formou entre o fim da quarta-feira e a madrugada desta quinta agravou a crise climática que atinge o Rio Grande do Sul desde o último sábado. Com chuva intensa e vento forte, o fenômeno provocou alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores em diversas regiões do Estado, além de interromper serviços e ampliar o número de pessoas fora de casa.
O ciclone extratropical que se formou entre o fim da quarta-feira e a madrugada desta quinta agravou a crise climática que atinge o Rio Grande do Sul desde o último sábado. Com chuva intensa e vento forte, o fenômeno provocou alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores em diversas regiões do Estado, além de interromper serviços e ampliar o número de pessoas fora de casa.
Em Porto Alegre, as rajadas de vento chegaram a 72 km/h e provocaram a queda de ao menos 30 galhos e árvores, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. A Trensurb teve a operação suspensa por duas horas nas primeiras horas da manhã por conta de um alagamento nos trilhos.
No Interior, a situação mais crítica ocorre em Alegrete, na Fronteira Oeste. O nível do rio Ibirapuitã atingiu 12,05 metros, ultrapassando em 3,55 metros a cota de inundação. Mais de 490 pessoas estavam fora de casa até o fechamento desta edição, segundo a Defesa Civil. Pelo menos 180 estavam em abrigos públicos e 310 buscaram refúgio com familiares ou amigos.
Em Santa Cruz do Sul, no Centro do Estado, um deslizamento de terra atingiu duas casas e deixou três pessoas desalojadas. Ao todo, 18 municípios foram afetados nos últimos dias na região, incluindo Santa Maria, São Borja, Estrela, Arroio do Meio, Encantado, Uruguaiana e Sobradinho.
Na localidade de Solidão, em Mostardas, Litoral Sul, os alagamentos foram generalizados. A RSC-101 amanheceu com trechos completamente cobertos pela água. Moradores precisaram ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros e a prefeitura prepara o Ginásio Municipal de Esportes para acolher famílias afetadas.
No Litoral Norte, a ventania durante a madrugada causou queda de energia em diversos municípios. Tramandaí registrou rajadas de até 74 km/h entre 3h e 4h da manhã. Em Rio Grande, no Sul do Estado, as rajadas chegaram a 89 km/h na quarta-feira.
Ainda, a neve, fenômeno raro mesmo no inverno gaúcho, começou a se acumular no final da manhã desta quinta-feira em São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, a mais de mil metros de altitude. A precipitação durou cerca de três horas e, em alguns momentos, teve intensidade moderada, cobrindo ruas, campos e gramados tanto na área urbana quanto na zona rural do município.
Agora, a passagem do ciclone será seguida pela entrada da massa de ar polar mais intensa do ano até o momento. A previsão é de temperaturas invernais em todo o Estado a partir de sexta-feira (30). As mínimas devem ficar abaixo de 5°C em grande parte das regiões, com possibilidade de geada na Metade Oeste. O tempo será seco e o frio se intensifica à noite.
No sábado (31), o frio será ainda mais rigoroso. As mínimas ficarão abaixo dos 4°C em praticamente todo o Rio Grande do Sul, e próximas ou abaixo de 0°C na Metade Norte. A geada deve ser ampla e as máximas não devem passar de 15°C. O amanhecer de domingo manterá o padrão gelado. Na Fronteira Oeste e Serra do Sudeste devem registrar marcas negativas, com nova formação de geada.
 

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