Iniciada no final de 2023, a modernização da rede semafórica de Porto Alegre já abrange cerca de 70% dos controladores previstos no Programa Sinal Verde, que substitui equipamentos antigos por tecnologia conectada via 4G e fibra ótica. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) prevê a conclusão da atualização de toda a rede — composta por cerca de mil controladores — até o fim deste ano.
A Capital conta atualmente com aproximadamente 11 mil semáforos, gerenciados por esses dispositivos programáveis. Antes da reforma, 92% dos controladores utilizavam cabeamento subterrâneo, tecnologia mais suscetível a falhas e vandalismo, enquanto apenas 8% operavam com comunicação por fibra ótica ou 4G. Segundo o presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto, os novos aparelhos permitem a comunicação direta entre os cruzamentos, eliminando interferências.
"Os resultados já são perceptíveis. É difícil encontrar uma via em que não se passe por pelo menos cinco semáforos verdes consecutivos", afirma.
Até o momento, 634 controladores foram atualizados. Dados da empresa indicam quedas expressivas no tempo de espera, como na avenida Assis Brasil, próximo à rua Luzitana, onde o tempo médio teria caído de 134 para 9 segundos. Em outras vias importantes, a redução ultrapassaria 50%. A EPTC atribui esses ganhos à nova lógica de comunicação entre os equipamentos, com um sistema semelhante à tecnologia usada em celulares para conciliar horários.
Agora, a próxima etapa inclui a modernização dos 350 controladores restantes, com licitação prevista ainda para este semestre e conclusão até o final de 2025. Entre os cruzamentos que receberão atualização estão avenidas como Ipiranga, Protásio Alves, Goethe, Sertório, Siqueira Campos e Nilo Peçanha.
Outro avanço é a ampliação dos NoBreaks — sistemas que mantêm os semáforos ligados durante quedas de energia. Após recentes apagões na cidade, a EPTC aumentou de 60 para 140 esses equipamentos em menos de um ano.
Apesar dos progressos, parte da população ainda reclama de sinais descoordenados, especialmente fora dos grandes corredores. "São cerca de mil cruzamentos. Alguns têm fluxo maior, outros ainda operam com equipamentos antigos e mais sujeitos a falhas. Em média, os modernizados funcionam melhor." Ele ressalta que a percepção da melhoria depende do horário, tipo de via e volume de tráfego. "Não dispomos de inteligência artificial adaptativa; o sistema segue lógica fixa de horários."