Legislação patrimonial, turismo cultural, restauração e conservação e educação patrimonial são temas discutidos no 2º Seminário Internacional sobre Patrimônio Histórico, que está sendo realizado no auditório do Ministério Público Estadual, em Porto Alegre. O evento, que termina nesta quinta-feira (15), discute a preservação e a valorização do patrimônio cultural e a reconstrução das cidades a partir do seu patrimônio histórico.
Na abertura do evento, Verônica Di Benedetti, coordenadora do seminário, disse que o Rio Grande do Sul enfrentou em maio de 2024 uma inundação histórica que afetou 471 dos 497 municípios gaúchos. "A discussão sobre como amenizar o impacto das mudanças climáticas e a preservação do patrimônio cultural é um importante fator para ser considerado no planejamento das cidades", ressalta. O evento que começou nesta quarta-feira (14) é promovido pela Associação Victorino Fabião Vieira.
Por outro lado, a secretária municipal de Cultura, Liliana Cardoso, diz que quando se fala em preservação é preciso destacar o que há de mais sagrado, que é o patrimônio formado por prédios, obras e monumentos. "O poder público municipal, embora ainda devagar, está tentando dar o melhor pós-enchente. Nós também perdemos boa parte de alguns prédios e alguns foram reconstruídos. A memória e a identidade cultural da preservação é a história de um povo", acrescenta. Para o diretor de Memória e Patrimônio da Secretaria Estadual de Cultura, Eduardo Hahn, o Rio Grande do Sul ainda está em pleno processo de recuperação de um evento traumático que foram as inundações do ano passado. "Muitas das nossas instituições culturais ficaram embaixo d'água e acervos e edificações foram danificadas", comenta.
Conforme Hahn, a questão climática é uma situação que vai se tornar cada vez mais constante. "São situações que fazem necessária a criação de momentos de discussão e reflexão sobre o patrimônio do País", acrescenta. Segundo ele, o tema patrimônio não é um tema fácil de ser tratado na realidade brasileira. "O desenvolvimento no Brasil é ligado principalmente a renovação, ou seja, aquilo que é novo. O País tem essa linha de pensamento e trabalhar com patrimônio com uma realidade dessas não é muito fácil", destaca.
Segundo Verônica Di Benedetti, esta edição do evento criou circuitos culturais e gastronômicos para levar seus mais de 500 participantes a conhecer e contribuir com o comércio local, sendo que todos os estabelecimentos participantes estão instalados em edificações históricas. O evento conta ainda com a parceria do Fórum Brasil de Turismo Cultural organizado pelo Instituto Protagonismo Cidadão de São Paulo, que alterou a edição Sul para Porto Alegre na intenção de contribuir para a reconstrução do Rio Grande do Sul.
Liliana Cardoso, secretária municipal de cultura, afirma que a memória e a identidade cultural da preservação representam a história de um povo
TÂNIA MEINERZ/JC