A reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) divulgou, nesta terça-feira (13), um comunicado no qual afirma a necessidade de adotar medidas emergenciais em virtude de um contingenciamento orçamentário. De acordo com o texto, entre as medidas estão incluídas limitação de viagens, restrições no uso do transporte da universidade e suspensão da aquisição de equipamentos de informática. Em nota, a instituição lamentou as restrições impostas pela aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) pelo Congresso Nacional que desencadeou um corte inicial de R$ 8,5 milhões no orçamento.
A Ufrgs diz que essa decisão pode comprometer o fluxo de caixa, fato que desfavorece as políticas sociais, como a educação. "A programação da liberação desses recursos não irá acompanhar o cronograma de desembolso das despesas, o que inviabiliza um planejamento adequado", aponta a nota.
Além disso, a reitoria manifestou sua preocupação com o quadro, "que repete um histórico de contingenciamentos orçamentários que sempre desfavorece as políticas sociais, como educação, em detrimento de gastos financeiros que sustentam um sistema injusto e que não dialoga com as grandes demandas do País", afirma o texto.
A partir da aprovação da LOA, o orçamento deste ano ficou igual ao de 2024. "O valor se manteve, mas o problema é que tivemos um aumento natural no pagamento de serviço de terceirizados e de investimento nas refeições dos Restaurantes Universitários (RU). Por exemplo, desde que assumimos em setembro, temos observado um aumento nos investimentos com o RU. A alimentação de quem estuda é um instrumento importante para evitar a evasão, particularmente em uma universidade com 50% de cotista e em um momento de aumento no preço dos alimentos", disse a reitora da Ufrgs, Márcia Barbosa.
Apesar das dificuldades impostas pelo corte, ela afirma que essa não é a maior preocupação de momento. "O principal desafio é que o governo definiu que fará os repasses do orçamento em três etapas: o primeiro em maio, o segundo de junho a novembro e o terceiro em dezembro. Notem que temos despesas mensais e pagamentos em parcelas. A reversão desta programação é urgente", apontou Márcia.
Ainda de acordo com a mesma, "juntando todos os extras (passagens, diárias, gasolina, conserto de carro, diária de motorista, pontos de rede, material de capital como computadores) pretendemos economizar R$ 1,5 milhão ao mês que nos permitirá pagar terceirizados, bolsas, RUs, luz, ou seja, as compulsórias."