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Publicada em 11 de Março de 2025 às 18:26

Brasil não fez dever de casa após ECO-92, diz Marina Silva em Porto Alegre

Marina esteve em Porto Alegre para Conferência do Meio Ambiente

Marina esteve em Porto Alegre para Conferência do Meio Ambiente

EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Dos 497 municípios gaúchos, 253 participam da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente, realizada na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), em Porto Alegre ontem. O evento se estende ao longo desta quarta-feira (12) e debate soluções frente às mudanças climáticas.
Dos 497 municípios gaúchos, 253 participam da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente, realizada na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), em Porto Alegre ontem. O evento se estende ao longo desta quarta-feira (12) e debate soluções frente às mudanças climáticas.
Com o tema “Emergência climática - O desafio da transformação ecológica”, representantes dos municípios impactados pelas cheias e pela estiagem apresentam suas propostas. “Agora, os principais impactos são econômicos. Sofremos com a enchente, o rio Uruguai chegou a 18 metros e, agora, estamos vivenciando a estiagem. Grande parte do comércio está fechado”, lamenta o representante André Eduardo da Rosa, de Santa Rosa, no Noroeste do Estado.
Realizada pelo governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), a conferência é uma etapa preparatória para a Conferência Nacional do Meio Ambiente, que será realizada entre os dias 6 e 9 de maio, em Brasília. Os 253 municípios elaboraram um total de 419 propostas originadas de 33 Conferências Municipais, 14 Conferências Intermunicipais e sete Conferências Livres.
Ao final do evento na Capital, 20 propostas serão consolidadas para enfrentar os impactos da mudança do clima. A delegação de cada estado deve ser formada por 50% de representantes da sociedade civil, 30% de representantes do setor privado e 20% de representantes do setor público. Além disso, deve-se promover a presença de mulheres e a participação de pelo menos 50% de pessoas negras em cada delegação.
Na tarde desta terça-feira, os delegados se reuniram em grupos para a discussão de projetos ambientais em cinco eixos divididos em mitigação, adaptação e preparação para desastres; transformação ecológica; justiça climática; governança; educação ambiental.
“Os eixos foram muito acertados, porque estamos em uma posição geográfica que favorece eventos climáticos”, destacou a secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participa da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente | EVANDRO OLIVEIRA/JC
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participa da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente EVANDRO OLIVEIRA/JC
As propostas foram apresentadas à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. De acordo com ela, “o que aconteceu nos últimos 33 anos (após a ECO-92, Conferência Mundial do Clima realizada no Brasil), é que não fizeram o dever de casa. O alerta foi dado há muitos anos, o primeiro deles ainda em 1896”.

Em sua fala, a ministra parafraseou filósofos e psicanalistas ao dizer que a ação humana é capaz de destruir o mundo ao seu redor. Como exemplo Marina mencionou o uso da terra e dos gases de efeito estufa que levam ao desequilíbrio e aumento da temperatura da terra. A ministra também utilizou o termo “sustentabilismo” para dizer que “o dinheiro deve ser utilizado para retomar a vida”. Entre os objetivos da pasta, está o desmatamento zero até 2030. “Começamos na Amazônia, estamos com 46%”, reforça Marina.
O mesmo formato da conferência deve se repetir na manhã de quarta-feira. As propostas discutidas serão levadas para votação em plenária, às 13h30min. A Conferência tem também a missão de eleger 60 delegados que representarão o Estado na edição nacional. A eleição acontece às 15h.

Iniciativas de regularização ambiental recebem R$ 6 milhões

O evento possibilitou o repasse de R$ 6 milhões de Reposição Florestal Obrigatória (RFO) da empresa CPFL Energia para projetos técnicos realizados no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pela secretária Marjorie Kauffmann.

As iniciativas, que compõem o projeto da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG), fazem parte do Projeto Recuperação de Biomas, com protocolo de intenções renovado junto à FETAG em 2023. Além da regularização ambiental, os recursos serão aplicados em ações de educação ambiental para adolescentes em 360 propriedades rurais e iniciativas agroflorestais. A primeira fase contou com o repasse de R$ 2,9 milhões para a recuperação e conservação de aproximadamente 1.450 hectares em 290 propriedades.

Por meio do RFO, a cada árvore suprimida, o empreendedor precisa compensar as perdas com valores equivalentes a outras 15 mudas.

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