Dos 497 municípios gaúchos, 253 participam da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente, realizada na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), em Porto Alegre ontem. O evento se estende ao longo desta quarta-feira (12) e debate soluções frente às mudanças climáticas.
Com o tema “Emergência climática - O desafio da transformação ecológica”, representantes dos municípios impactados pelas cheias e pela estiagem apresentam suas propostas. “Agora, os principais impactos são econômicos. Sofremos com a enchente, o rio Uruguai chegou a 18 metros e, agora, estamos vivenciando a estiagem. Grande parte do comércio está fechado”, lamenta o representante André Eduardo da Rosa, de Santa Rosa, no Noroeste do Estado.
Realizada pelo governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), a conferência é uma etapa preparatória para a Conferência Nacional do Meio Ambiente, que será realizada entre os dias 6 e 9 de maio, em Brasília. Os 253 municípios elaboraram um total de 419 propostas originadas de 33 Conferências Municipais, 14 Conferências Intermunicipais e sete Conferências Livres.
Ao final do evento na Capital, 20 propostas serão consolidadas para enfrentar os impactos da mudança do clima. A delegação de cada estado deve ser formada por 50% de representantes da sociedade civil, 30% de representantes do setor privado e 20% de representantes do setor público. Além disso, deve-se promover a presença de mulheres e a participação de pelo menos 50% de pessoas negras em cada delegação.
Na tarde desta terça-feira, os delegados se reuniram em grupos para a discussão de projetos ambientais em cinco eixos divididos em mitigação, adaptação e preparação para desastres; transformação ecológica; justiça climática; governança; educação ambiental.
“Os eixos foram muito acertados, porque estamos em uma posição geográfica que favorece eventos climáticos”, destacou a secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.

Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participa da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente
EVANDRO OLIVEIRA/JC
As propostas foram apresentadas à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. De acordo com ela, “o que aconteceu nos últimos 33 anos (após a ECO-92, Conferência Mundial do Clima realizada no Brasil), é que não fizeram o dever de casa. O alerta foi dado há muitos anos, o primeiro deles ainda em 1896”.
Em sua fala, a ministra parafraseou filósofos e psicanalistas ao dizer que a ação humana é capaz de destruir o mundo ao seu redor. Como exemplo Marina mencionou o uso da terra e dos gases de efeito estufa que levam ao desequilíbrio e aumento da temperatura da terra. A ministra também utilizou o termo “sustentabilismo” para dizer que “o dinheiro deve ser utilizado para retomar a vida”. Entre os objetivos da pasta, está o desmatamento zero até 2030. “Começamos na Amazônia, estamos com 46%”, reforça Marina.
Em sua fala, a ministra parafraseou filósofos e psicanalistas ao dizer que a ação humana é capaz de destruir o mundo ao seu redor. Como exemplo Marina mencionou o uso da terra e dos gases de efeito estufa que levam ao desequilíbrio e aumento da temperatura da terra. A ministra também utilizou o termo “sustentabilismo” para dizer que “o dinheiro deve ser utilizado para retomar a vida”. Entre os objetivos da pasta, está o desmatamento zero até 2030. “Começamos na Amazônia, estamos com 46%”, reforça Marina.
O mesmo formato da conferência deve se repetir na manhã de quarta-feira. As propostas discutidas serão levadas para votação em plenária, às 13h30min. A Conferência tem também a missão de eleger 60 delegados que representarão o Estado na edição nacional. A eleição acontece às 15h.
Iniciativas de regularização ambiental recebem R$ 6 milhões
O evento possibilitou o repasse de R$ 6 milhões de Reposição Florestal Obrigatória (RFO) da empresa CPFL Energia para projetos técnicos realizados no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pela secretária Marjorie Kauffmann.
As iniciativas, que compõem o projeto da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG), fazem parte do Projeto Recuperação de Biomas, com protocolo de intenções renovado junto à FETAG em 2023. Além da regularização ambiental, os recursos serão aplicados em ações de educação ambiental para adolescentes em 360 propriedades rurais e iniciativas agroflorestais. A primeira fase contou com o repasse de R$ 2,9 milhões para a recuperação e conservação de aproximadamente 1.450 hectares em 290 propriedades.
Por meio do RFO, a cada árvore suprimida, o empreendedor precisa compensar as perdas com valores equivalentes a outras 15 mudas.
As iniciativas, que compõem o projeto da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG), fazem parte do Projeto Recuperação de Biomas, com protocolo de intenções renovado junto à FETAG em 2023. Além da regularização ambiental, os recursos serão aplicados em ações de educação ambiental para adolescentes em 360 propriedades rurais e iniciativas agroflorestais. A primeira fase contou com o repasse de R$ 2,9 milhões para a recuperação e conservação de aproximadamente 1.450 hectares em 290 propriedades.
Por meio do RFO, a cada árvore suprimida, o empreendedor precisa compensar as perdas com valores equivalentes a outras 15 mudas.