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Publicada em 18 de Fevereiro de 2025 às 11:54

Comerciantes da região do Bom Fim cobram soluções após onda de furtos a estabelecimentos

Os criminosos entraram na Livraria Clareira pelo vidro lateral

Os criminosos entraram na Livraria Clareira pelo vidro lateral

Tânia Meinerz/JC
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Arthur Reckziegel
Arthur Reckziegel
Quem tem um negócio no Bom Fim ou em outros bairros da região central de Porto Alegre tem sentido aumento da insegurança recentemente. Donos de livrarias, cafés, restaurantes e bares se unem para não ficar a mercê de criminosos. 
Quem tem um negócio no Bom Fim ou em outros bairros da região central de Porto Alegre tem sentido aumento da insegurança recentemente. Donos de livrarias, cafés, restaurantes e bares se unem para não ficar a mercê de criminosos
Na última semana, a Livraria Clareira, localizada na rua Henrique Dias, foi arrombada. De acordo com o proprietário, Flávio Ilha, foram levados R$100,00 e um celular velho, além do prejuízo pelos vidros. "Nunca ninguém é preso por muito tempo. É uma sensação evidente de piora recente. É uma questão de tempo para que aconteça novamente", avalia Ilha. 
O proprietário diz estar em uma situação complicada e insatisfeito com o serviço público prestado. "Nós moradores tentamos reuniões com a Brigada Militar sem sucesso. A solução vai ser reforçar a parte externa e partir para a colocação de câmeras e alarmes", descreve. 
Segundo o vice-presidente da associação dos moradores do Bom Fim, Milton Gerson, os delitos que vêm ocorrendo são de baixo potencial de violência, ou seja, envolvem, em geral, pessoas em situação de rua viciadas que buscam qualquer coisa para obter a droga e saciar a sua dependência. "A nossa entidade não entende que a segurança privada, em grande escala, seja a solução. Por isso, optamos por cobrar do Estado, por meio da relação que temos com a Brigada Militar, que nos socorram nesses picos de ocorrências. Sabemos que o cobertor é curto, que não há efetivo para tudo e todos. Mas o nosso papel é lutar pelo interesse da nossa comunidade", avalia. 
Gerson afirma que, por solicitação da associação dos moradores, a área de abrangência de duas patrulhas que circulam pela madrugada em abordagens a pessoas suspeitas nas ruas da cidade foi estendida para o Bom Fim e Rio Branco. Além disso, afirma que estão agendadas reuniões com o DMLU e a Secretaria Municipal de Assistência Social (ex-Fasc) para tratar da questão dos resíduos nos contêineres que atraem os catadores.
Pensando em novas soluções para melhorar a segurança, a associação iniciou uma pesquisa sobre um sistema que vem sendo usado em São Paulo de cercamento eletrônico, com câmeras semelhantes a dos totens da prefeitura de Porto Alegre. "Vamos avaliar adaptações do equipamento a nossa realidade e custos para, quem sabe, encontrar parceiros que possam pensar no Bom Fim como um espaço piloto para a implantação dessa ferramenta", informa Gerson. 
Não muito longe do Bom Fim, outro empresário se queixa dos acontecimentos recentes relacionados a arrombamentos em seu estabelecimento. Dono de uma hamburgueria no bairro Rio Branco, Vinícius Guedes relatou ser vítima de dois assaltos nas últimas semanas. Vale ressaltar que o negócio é novo e ainda nem abriu. "Na primeira vez roubaram toda a fiação. Já na segunda, entraram pelo telhado e furtaram os motores dos ares-condicionados. Nossa primeira loja fica em Dois Irmãos, que é uma cidade tranquila. Não imaginávamos que seria assim em Porto Alegre", detalha o empresário. 
Guedes afirma que até tentou se desfazer da propriedade, mas decidiu buscar soluções junto a outros estabelecimentos. "Estamos conversando com bares vizinhos, porém até agora tudo são possiblidades particulares. Precisamos da ajuda dos órgãos públicos. Sozinhos os empreendedores morrerão na praia e sairão dali."
Questionada sobre a onda de roubos e furtos que vêm trazendo insegurança nessa região específica da Capital, a Brigada Militar não se manifestou até o fechamento dessa reportagem. O espaço para esclarecimentos segue aberto.  

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