Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 27 de Janeiro de 2025 às 18:29

RS adota definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Lembrança do Holocausto

Assinatura do termo ocorreu no Plácio Piratini, no Dia Internacional em Memória das Vtímas do Holocausto

Assinatura do termo ocorreu no Plácio Piratini, no Dia Internacional em Memória das Vtímas do Holocausto

Mauricio Tonetto/Palácio Piratini/JC
Compartilhe:
Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Nesta terça-feira (27), Dia Internacional em Memória das Vtímas do Holocausto, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Rio Grande do Sul assinou o documento de adoção à definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Lembrança do Holocausto.
Nesta terça-feira (27), Dia Internacional em Memória das Vtímas do Holocausto, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Rio Grande do Sul assinou o documento de adoção à definição de antissemitismo da Aliança Internacional de Lembrança do Holocausto.
O ato ocorreu no Palácio Piratini e contou com a presença de autoridades do governo gaúcho e do presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, e a presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS), Daniela Raad.

“Estamos assinando a definição sobre o antissemitismo, que é uma demonstração da compreensão que temos do que se constituí o ódio a um povo, que tem uma contribuição importante para história da humanidade e para comunidade judaica do Rio Grande do Sul”, destacou o governador Eduardo Leite. Outros 10 estados, além do Distrito Federal, também já aprovaram o termo, são eles: Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Roraima, Rondônia, Amazonas e Santa Catarina.
O ato busca, principalmente, educar e abrir o diálogo com base em um conceito existente, de acordo com a presidente da FIRS, Daniela Russowsky Raad. “Nosso objetivo é entender o que significa para trabalharmos sobre isso. Entender até que ponto determinadas coisas configuram discurso de ódio, preconceito e racismo”, explica. A assinatura do termo foi recebida por longos aplausos das autoridades presentes.

Desde o ataque de Hamas em Israel, em outubro de 2023, até o presente momento, o número de denúncias de antissemitismo aumentou em 900% no Brasil, segundo dados de um relatório elaborado pela Conib e pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). Acontecimentos recentes, incluindo tanto “agressões físicas quanto manifestações em redes sociais”, demonstram este aumento, segundo Russowsky.
No dia 27 de janeiro de 1945, a liberação de 6 milhões de judeus do campo de concentração Auschwitz-Birkenau marcou a história da humanidade. A liberação, conforme o presidente da Conib, Claudio Lottenberg, marca um dos episódios mais tristes que a história recente poderia registrar. “Infelizmente, não encerrou, porque, há aproximadamente 500 dias atrás, vimos o ataque de um grupo terrorista que veio com a proposta de um verdadeiro genocídio junto aos Judeus, em Israel”.

Segundo Leite, a assinatura do termo externaliza a compreensão sobre o assunto. “O conflito em Israel tem, nitidamente, uma reação a um ato de terror que foi praticado em relação aquele povo e um estado que busca se defender”, complementa. Ainda de acordo com o governador do Estado, é necessário ter clareza sobre o assunto.

A fala do governador também abordou a disseminação de ódio nas redes sociais e a diversidade. O posicionamento do governo do RS foi recebido com orgulho pela comunidade presente, principalmente pelo presidente da Conib, que criticou a posição do governo federal.

“O governo federal ficou patente, ele assumiu um lado. No primeiro momento, até entender o que era movimento terrorista. A partir disso, jamais classificou o Hamas como grupo terrorista e conduziu isso de maneira ideológica. Já o governador do Rio Grande do Sul, desde o primeiro momento, entendeu o que estava acontecendo, mantendo interlocução, conversando com a comunidade e se posicionando”, diz Lottenberg.

Notícias relacionadas