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Publicada em 26 de Janeiro de 2025 às 14:10

Bloco da Laje abre o Carnaval de Porto Alegre celebrando diversidade e resistência

O repertório musical do Bloco da Laje é um dos seus grandes destaques, trazendo uma mistura de marchinhas tradicionais e canções autorais que celebram a identidade cultural e a alegria do Carnaval

O repertório musical do Bloco da Laje é um dos seus grandes destaques, trazendo uma mistura de marchinhas tradicionais e canções autorais que celebram a identidade cultural e a alegria do Carnaval

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Júlia Fernandes
Júlia Fernandes Repórter
O Bloco da Laje abriu, neste domingo (26), o Carnaval de rua de Porto Alegre com muita música, cor e alegria. Conhecido como um dos blocos mais tradicionais da capital gaúcha, o evento reuniu milhares de foliões em sua 12ª edição, celebrando o tema "Carnaval Sublime" e marcando o início de uma das festas mais populares do mundo, o Carnaval.
O Bloco da Laje abriu, neste domingo (26), o Carnaval de rua de Porto Alegre com muita música, cor e alegria. Conhecido como um dos blocos mais tradicionais da capital gaúcha, o evento reuniu milhares de foliões em sua 12ª edição, celebrando o tema "Carnaval Sublime" e marcando o início de uma das festas mais populares do mundo, o Carnaval.
A concentração que começou às 7h30 e o cortejo partiu da esquina das ruas Padre Cacique e Nestor Ludwig, seguindo um trajeto mais curto nesta edição, pela Nestor Ludwig até a avenida Edvaldo Pereira Paiva. Nem o calor de quase 30 graus afastou os foliões que, com fantasias criativas, glitters e muita animação, lotaram as ruas em clima de festa e resistência cultural, colorindo o evento nas cores do bloco: vermelho, amarelo e azul.
O repertório musical do Bloco da Laje é um dos seus grandes destaques, trazendo uma mistura de marchinhas tradicionais e canções autorais que celebram a identidade cultural e a alegria do Carnaval. Entre as composições que animaram o público estavam “Quatro Estações”, “Lá Vem Gente”, “Recanto Africano”, “O que Tu Tem Cidadão”, “Deixa Brincar” e a inédita “O Segredo da Deusa”, parte do álbum "Depois da Chuva", que será lançado oficialmente no dia 30 de janeiro.
As marchinhas tradicinais de Carnaval e músicas autorais fazem a alegria dos foliões | THAYNÁ WEISSBACH/JC
As marchinhas tradicinais de Carnaval e músicas autorais fazem a alegria dos foliões THAYNÁ WEISSBACH/JC
“Essa saída é um pouco mais especial, né? Porque depois de tudo que Porto Alegre passou, é um tanto redentor, igual a 2023, a primeira saída, depois da Covid. Agora eu acho que é um pouco disso também. Esse sentimento de ocupar o espaço público e ocupar a cidade que é nossa e não das imobiliárias, não é da prefeitura, é do povo”, reconhece Poliana Labre, integrante da banda do Bloco.
Celebrando a diversidade e a ocupação democrática das ruas, o Bloco da Laje busca promover uma festa inclusiva e vibrante. Entre os foliões, Andriele Paiva, que veio do interior de Taquara para sua primeira participação, destacou o caráter acolhedor do evento. “É um evento com muita diversidade, gente de tudo que é lugar. Estou amando a experiência!”
Aída Molinele e Kim Freitas, amigas e frequentadoras assíduas, também elogiaram o clima da festa. “O percurso está mais curto, mas eu achei ótimo porque tem mais sombra, o que é melhor para os brincantes com o calor,” explicou Kim. Já Aída refletiu sobre o contexto do evento após as enchentes de 2023 em Porto Alegre. “É um recomeço. Parece que não aconteceu nada, porque a energia é tão boa que cura a gente. É o dia mais feliz do ano em Porto Alegre!”
Um dos pilares do Bloco da Laje é a sustentabilidade. Mari Falcão, conhecida como a Fada Madrinha do bloco, falou sobre a tradição de reaproveitar fantasias e o trabalho coletivo no barracão, que acontece uma semana antes do desfile. “A gente junta fantasias do ano passado, recicla materiais e cria coisas novas. É uma alegria que transcende a idade. Eu sou uma sexagenária e estou aqui porque essa festa é o segredo da vida.”
Mari também destacou a importância do evento como símbolo de resistência após tempos difíceis. “Depois de tudo que passamos, estar aqui é emocionante. O Bloco também se posiciona com músicas que falam sobre o passado, para que a gente não esqueça e não repita os erros.”
Mari Falcão é conhecida como a Fada Madrinha do Bloco da Laje | THAYNÁ WEISSBACH/JC
Mari Falcão é conhecida como a Fada Madrinha do Bloco da Laje THAYNÁ WEISSBACH/JC
O evento não é apenas um marco cultural, mas também econômico. Tânia Araújo, ambulante veterana no Bloco da Laje, destacou a importância do Carnaval para o seu negócio. “É um dos melhores eventos do ano, principalmente no começo. O trajeto menor ajudou bastante, porque a gente consegue se organizar melhor com as bancas,” comentou. Entre os itens mais vendidos estavam cerveja e água.
O Bloco da Laje reafirmou seu papel como um espaço democrático e inclusivo, onde pessoas de todas as idades e origens celebravam juntas. O evento contou com uma estrutura aprimorada, financiada coletivamente, incluindo banheiros químicos e cobertura audiovisual profissional.
“O Bloco da Laje é um símbolo de Porto Alegre. Aqui, todo mundo pode ocupar a rua, cantar e dançar. É um momento de alegria que não tem igual,” concluiu Kim Freitas.
O evento segue até as 19h deste domingo. 

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