Porto Alegre, sáb, 12/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 23 de Janeiro de 2025 às 19:23

Governo do RS lança projetos para atualizar dados sobre rios e terrenos

Conhecer a dinâmica dos rios também ajudará na prevenção a desastres

Conhecer a dinâmica dos rios também ajudará na prevenção a desastres

Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/JC
Compartilhe:
Gabriel Margonar
Gabriel Margonar Repórter
Como parte do Plano Rio Grande, o governo gaúcho está colocando em prática uma série de projetos voltados à atualização da base de dados sobre a topografia e a hidrografia do Estado. Essas informações, que incluem detalhes do relevo, leito dos rios e dinâmica das águas, são consideradas fundamentais para planejar obras de contenção de cheias e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Ao todo, seis iniciativas estruturam esse esforço, que busca responder à enchente histórica de 2024, além de preparar o Estado para eventos climáticos futuros.
Como parte do Plano Rio Grande, o governo gaúcho está colocando em prática uma série de projetos voltados à atualização da base de dados sobre a topografia e a hidrografia do Estado. Essas informações, que incluem detalhes do relevo, leito dos rios e dinâmica das águas, são consideradas fundamentais para planejar obras de contenção de cheias e mitigar os impactos das mudanças climáticas. Ao todo, seis iniciativas estruturam esse esforço, que busca responder à enchente histórica de 2024, além de preparar o Estado para eventos climáticos futuros.
A defasagem nas informações existentes, que em alguns casos são datadas da década de 1970, é um dos principais desafios enfrentados pelo governo. Segundo o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, as ferramentas e modelos usados atualmente não refletem a realidade do território estadual, o que compromete a eficácia de intervenções como diques e sistemas de drenagem. “Os dados que temos hoje são antigos, e a dinâmica dos rios e do terreno mudou muito ao longo dos anos. Atualizar essa base será essencial para garantir que as soluções sejam eficazes e seguras”, explica.
Entre as ações prioritárias estão o levantamento topográfico, que mapeará o relevo do Estado em alta definição, e a batimetria, que fará o mesmo com o leito dos rios. Ambas permitirão criar modelos digitais avançados que servirão de base para calcular cotas de diques, projetar barragens e prever o comportamento da água em diferentes cenários. Capeluppi destaca que, ao combinar esses dados com informações obtidas por novas estações hidrometeorológicas e radares meteorológicos, o Rio Grande do Sul terá uma capacidade inédita de prever desastres e planejar respostas rápidas e eficientes.
O esforço para melhorar o monitoramento também envolve a recuperação de 160 estações pluviométricas e fluviométricas já existentes, além da instalação de 130 novas. Essas unidades serão capazes de fornecer dados em tempo real, complementando os sistemas de previsão. Outra iniciativa é a modelagem hidrodinâmica, que produzirá mapas detalhados de áreas de risco, permitindo identificar regiões mais vulneráveis e orientar a construção de sistemas de proteção específicos para cada local.
De acordo com o secretário, os projetos foram desenvolvidos em parceria com especialistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e estão sendo avaliados por um comitê científico para garantir precisão técnica e eficiência. Apesar da complexidade das ações, o governo trabalha com o objetivo de fechar as contratações ainda no primeiro semestre de 2025. “Esses projetos deixarão um legado. Vamos ter uma base de dados moderna e ferramentas que não apenas ajudam na reconstrução, mas também preparam o Estado para o futuro”, ressalta Capeluppi.
Embora promissores, os desafios logísticos e técnicos não podem ser ignorados. A batimetria, por exemplo, precisa ser feita periodicamente, pois a dinâmica dos rios muda ao longo do tempo. Já o levantamento topográfico, por utilizar tecnologias mais avançadas, deve ter uma durabilidade maior, segundo o secretário. De todo modo, o governo aposta que, ao concluir essas atualizações, o Rio Grande do Sul estará entre os estados mais bem equipados do Brasil para enfrentar as adversidades climáticas que, nos últimos anos, têm se intensificado e se tornado um problema de grande magnitude.

Os projetos 

Mapeamento topográfico - Levantamento detalhado do relevo de todo o território gaúcho, utilizando tecnologias avançadas de aerolevantamento e geoprocessamento. Esses dados permitirão criar modelos tridimensionais para planejar obras de contenção e proteção contra cheias. Status: em processo de contratação.
Levantamento batimétrico - Estudo da calha e do leito dos principais rios do Estado para entender a dinâmica das águas e prever cenários de enchentes. Status: em processo de contratação.
Ampliação da rede de estações hidrometeorológicas - Instalação de 130 novas estações para monitorar, em tempo real, variáveis como nível de rios e índices pluviométricos. Status: em processo de contratação.
Recuperação de estações existentes - Manutenção e atualização de 160 estações pluviométricas e fluviométricas, muitas delas danificadas por eventos climáticos severos. Status: em execução.
Novos radares meteorológicos - Aquisição de três radares de última geração para ampliar a capacidade de previsão climática em eventos extremos. Status: revisão técnica dos termos de referência.
Modelagem hidrodinâmica - Desenvolvimento de simulações para identificar áreas de risco e projetar sistemas de alerta e proteção mais eficazes, com uso de softwares avançados e mapeamento geoespacial. Status: em processo de contratação.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários